Os ex-governadores Chico Rodrigues (PSDB), Flamarion Portela (PTC) e Neudo Campos (PP), que administraram o Estado nos últimos anos, pontuaram o que deve ser feito para que nos próximos anos o progresso chegue a Roraima. Na oportunidade, aproveitaram para motivar a população a acreditar no futuro, que, segundo eles, é de prosperidade.
Para Chico Rodrigues, que deixou o Governo do Estado no final do ano passado, Roraima é um estado em desenvolvimento, em formação, que com 27 anos é considerado novo. “Estou alinhado junto aos que acreditam no Estado e, com certeza, essa data que comemoramos deve motivar ainda mais aqueles que têm responsabilidade em fazer seu papel para continuar desenvolvendo o Estado”, explicou.
Ele também comentou que, em função da localização geográfica do Estado, a crise energética é recorrente. “Mas, com todas as dificuldades que se impõem, eu diria que o próprio Governo Federal é absolutamente insensível quanto a Roraima. Somos a porta de entrada do País na região norte e, com a energia de Tucuruí, que já chegou a Manaus (AM), vamos poder melhorar. Os empecilhos que foram encontrados com a comunidade indígena Waimiri-Atroari não podem ser percalços para a rede elétrica confiável chegar a Roraima, o que será uma redenção para o Estado. Energia e estrada são desenvolvimento. Nós sabemos que o desenvolvimento industrial vem quando outros setores forem atendidos”, acrescentou Rodrigues.
O ex-gestor do Estado destacou que a população deve ser manter otimista. “Quero desejar um ar de esperança, que é isso de que estamos precisando e isso deve ser alimentado pelos governos, com responsabilidade e respeito”, finalizou.
Atual secretário estadual de Infraestrutura, Flamarion Portela afirmou à Folha que o Estado precisa buscar uma matriz econômica para crescer, uma alternativa para deixar a dependência de transferências institucionais de Fundo de Participação dos Estados (FPE) e da economia do contracheque. “Espero que no governo Suely Campos (PP) possamos alavancar isso com a produção da pecuária, agricultura, agroindústria, piscicultura, criação de frango e produção de proteína para que possamos adquirir mercado e, a partir daí, gerar empregos”, ressaltou.
Ele declarou também ser imprescindível a criação de uma nova matriz econômica para que Roraima possa prosperar. “Estamos, eu diria, que “fadigados” neste momento, tendo servidores com salários atrasados. Isso explica que quando o Governo Federal tem uma crise, reflete mais profundamente nos estados menores, porque 78% das nossas receitas dependem do FPE”, contou.
Para ele, a crise econômica que se discute em todo o País é intrínseca no mundo inteiro, porém não dura a vida inteira, assim como a bonança não dura para sempre. “Roraima está passando pelo reflexo da crise nacional, que, por sua vez, está na conjuntura da crise internacional. Agora devemos enxergar coisas boas e não nos abater pela crise. Pelo contrário! Devemos nos entusiasmar e nos tornar criativos para vencer as dificuldades. Roraima é uma terra boa, abençoada e ainda temos uma condição de vida muito melhor que a de muitas unidades da federação brasileira. Que isso nos encoraje para, de mãos dadas, construirmos um novo momento de prosperidade e bem-estar social”, frisou.
À Folha, o ex-governador e atual consultor especial da Governadoria, Neudo Campos (PP), afirmou que a prioridade de Roraima é desenvolver a produção. “A nossa vocação natural é a agricultura, a pecuária e o agronegócio. Já temos uma infraestrutura de estradas relativamente boa. Precisamos produzir mais energia, mas isso não é a condição fundamental. Temos que implantar a energia trifásica no interior”, comentou.
Neudo explicou que o Governo do Estado está trabalhando com a logística de escoamento via Venezuela e que há negociações, por exemplo, de parte da safra de 2015 com os coreanos. “Os produtos serão entregues em Seul [Capital da Coreia do Sul] por meio de transportadoras venezuelanas, intermediadas pelo Governo do Estado, para facilitar as vendas. Temos que produzir alimentos para gerar a expansão da economia, suplantando esse enorme déficit causado pela queda do FPE”, enfatizou Campos.
Em relação à produção agrícola para 2016, o ex-governador está confiante. “Já temos licenciados mais de 50 mil hectares para plantio, o dobro do que foi plantado em 2015. Quer dizer, estamos acima da projeção otimista que fizemos no início de 2015. Acredito em Roraima, vamos superar a crise. Em chinês, a palavra crise é formada por dois ideogramas, um ideograma significa perigo, e o outro, oportunidade. Então, toda crise tem perigo, mas tem oportunidade. Hoje somos a 14a renda per capita do Brasil, estamos na metade, abaixo de 13 estados, no entanto, na frente de outros 13. Produzindo, vamos subir e subir bastante”, evidenciou. (J.B)