Dados do registro geral de óbitos do Instituto Médico Legal (IML) apontam que, no período de janeiro a novembro deste ano, 132 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito. Mesmo com a intensificação dos trabalhos de fiscalização e repressão, o número ainda é considerado alto pelas autoridades locais.
Obtido com exclusividade pela Folha, o levantamento destaca o mês de novembro como o mais violento até a presente data. Nesse período, foram confirmados 24 óbitos por acidente de trânsito; seguido de agosto, com 16 mortes; julho e setembro, com 14 registros no órgão cada.
Em termos gerais, segundo o IML, a média de mortes no trânsito roraimense é de aproximadamente 12 óbitos por mês, sendo que a grande maioria dos registros ocorre dentro da área urbana da capital.
Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana e Trânsito (Smst) de Boa Vista, Raimundo Barros, atualmente o excesso de velocidade é a infração mais comum cometida pelos condutores de veículos, representando mais de 85% das autuações feitas pelas equipes de fiscalização do trânsito.
“A explicação mais plausível que você pode ter em relação a esse número tão assustador de acidentes no Estado é que os condutores de veículos não estão respeitando o limite de velocidade. Mesmo conhecendo a lei e estando a par das ações que são desenvolvidas pelos órgãos de trânsito, falta consciência para as pessoas”, avaliou Raimundo Barros.
De acordo com o secretário, somente no mês passado, o órgão já contabilizou 122.474 registros de infrações por excesso de velocidade nos pontos da cidade onde foram instalados radares este ano pela Prefeitura de Boa Vista, sendo que em quatro mil delas os condutores estavam com quase o dobro da velocidade permitida pelo município, que atualmente é de 60 quilômetros por hora.
“Antes da instalação desses equipamentos, a maior parte dos registros contabilizados pela Secretaria de Segurança Urbana e Trânsito decorria da falta do uso de cinto de segurança, seguida das autuações por ingestão de bebida alcoólica. As ocorrências relacionadas ao excesso de velocidade também ocorriam, só que não havia como precisar a frequência, já que não havia como detectar com maior precisão esse tipo de infração”, completou.
Além do respeito aos limites de velocidade por parte dos motoristas, Raimundo Barros ressalta ainda que pedestres também precisam estar mais comprometidos com a promoção de um trânsito mais seguro. “É óbvio que o motorista tem o dever de seguir o que preconizam as leis de trânsito, já que ele não dirige apenas por ele, mas também pela segurança dos outros. No entanto, cabe também aos pedestres essa responsabilidade, de estar respeitando a sinalização, não andar fora da faixa e sinalizar cada vez que passar por elas”, pontuou. (M.L)
Fonte: IML-RR