O Exército Brasileiro ativou o Destacamento Especial de Fronteira (DEF) em Waikás, às margens do rio Uraricoera, município de Alto Alegre, para fortalecer a vigilância e proteção da Terra Indígena Yanomami. A localidade foi escolhida estrategicamente pela proximidade com áreas historicamente afetadas pelo garimpo ilegal.
A ativação da unidade ocorreu na última quinta-feira (30/1). O reforço da presença militar visa proteger a soberania nacional, combater práticas criminosas que afetam o meio ambiente e garantir a segurança das comunidades indígenas.
Segundo o governo federal, o destacamento funcionará como um hub estratégico para ações de combate ao garimpo ilegal, devido à sua localização privilegiada. A unidade permitirá operações integradas aéreas e fluviais, facilitando o monitoramento da TI e agilizando a resposta contra invasores.
“O Destacamento Especial de Fronteira de Waikás é um passo essencial para garantir uma presença permanente do Estado na região. Teremos um salto de qualidade na proteção e no patrulhamento do rio Uraricoera, sendo resultado da atuação coordenada entre diversas agências, com destaque para o trabalho coordenador da Casa de Governo”, disse o Comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva.
Durante a ativação, o Comandante acompanhou a instalação e as obras no 4º Pelotão Especial de Fronteira Surucucu, onde estão sendo construídas novas casas de apoio. O General também realizou um sobrevoo pela Base Avançada de Pakilapi.
O DEF de Waikás conta com alojamentos, instalações administrativas e áreas operacionais para suporte às atividades das forças de segurança. As obras foram concluídas em aproximadamente 18 meses.
Redução na abertura de novas áreas de garimpo
Conforme o governo, desde o início das ações na Terra Indígena houve uma redução significativa na abertura de novas áreas de exploração ilegal. Em 2022, foram identificados 1.002 hectares de novos garimpos na TIY. Em 2023, esse número caiu para 115 hectares e, até dezembro de 2024, apenas 42 hectares de novos garimpos foram registrados, representando uma redução de 95,76% em relação a 2022, segundo dados do Censipam.