Na madruga deste domingo, 9, o Exército Brasileiro, por meio da Força-Tarefa Logística Humanitária em Roraima, realizou a retirada de cerca de 200 imigrantes de ruas e avenidas da capital. A ação é uma resposta aos problemas ocasionados pela crise migratória que tem afetado o Estado.
Conforme o órgão, a transferência dos imigrantes das ruas para o Posto de Triagem de Boa Vista, que ainda está em fase final de construção, ocorreu de forma voluntária. Por lá, eles vão passar por cadastro antes de serem levados para um dos abrigos existentes na cidade.
A triagem está sendo realizada justamente para verificar o perfil de cada imigrante que adentra o país por meio da fronteira de Pacaraima. As vagas nos abrigos estão sendo disponibilizadas à medida que os processos de interiorização vão sendo realizados pelo Governo Federal. Na semana passada, por exemplo, pouco mais de 400 venezuelanos foram enviados para cidades como Brasília, São Paulo, Cuiabá e Esteio.
“Por fim, cabe ressaltar que a missão da Operação Acolhida é cooperar com os Governos Federal, Estadual e Municipal com as medidas de assistência emergencial para o acolhimento de imigrantes oriundos da Venezuela”, complementou o Exército, em nota.
MORADORES PEDEM FECHAMENTO DE ABRIGO APÓS MORTE DE BRASILEIRO
No fim da tarde deste sábado, 8, após o enterro do brasileiro Manoel Siqueira de Sousa, 35 anos, moradores do bairro Jardim Floresta realizaram um protesto em repúdio a situação de caos da cidade em razão da crise migratória que tem afetado o Estado.
Os manifestantes exigiram o fechamento do abrigo do bairro e a expulsão dos venezuelanos da cidade. Inicialmente, ato seria realizado em frente ao abrigo, mas acabou sendo transferido para o cruzamento das avenidas Venezuela com Brigadeiro Eduardo Gomes.
Ontem, pela manhã, 88 imigrantes foram regressaram para a Venezuela em ônibus fretado por uma instituição religiosa de Caracas. O processo foi acompanhado de perto pelo consulado venezuelano em Boa Vista.
Pela tarde, após serem ameaçados verbalmente por um homem em uma motocicleta, os imigrantes se assustaram com o barulho do escape da moto e correram para o abrigo. Houve correria e alguns venezuelanos se armaram com pedaços de madeira e pedras, com intuito de se defenderem de possível ataque.
Por conta do clima de tensão, a segurança na região próxima do abrigo foi reforçada com a presença de homens da Força Nacional de Segurança (FNS).