Cotidiano

Exército reforça ações de combate ao Aedes Aegypti após aumento nos casos de doenças

Mosquito Aedes aegypti transmite a dengue, a chikungunya, o zika vírus e a febre amarela

Com o aumento de mais de 50% nos casos de zika e após o anúncio do Governo do Estado de que Roraima enfrenta um surto epidemiológico de Chikungunya, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva deu início ontem, 15, à Operação Aedes aegypti, disponibilizando 257 militares para o combate ao mosquito. A expectativa do Exército Brasileiro é alcançar aproximadamente 14 mil residências da Capital.

A solenidade de lançamento da campanha, realizada na sede da instituição, no bairro Treze de Setembro, contou com a presença da promotora de Defesa da Saúde do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), Jeanne Sampaio, do superintendente municipal de Vigilância em Saúde, Emerson Capistrano, entre outras autoridades.

O comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Gustavo Henrique Dutra, disse que a parceria com a Prefeitura de Boa Vista e demais entidades envolvidas visa o bem da comunidade. “Precisamos unir forças para combater esse mosquito que tem causado tantos problemas para a saúde da população”, comentou.

Os militares do Exército atuarão nas ruas da Capital até a próxima sexta-feira, 19, percorrendo os bairros Primavera, Caimbé, Cauamé e Santa Luzia, na zona oeste, e o bairro Aparecida, na zona norte. “Os homens vão atuar nesses cinco bairros da nossa cidade. Nossa estimativa é que 13.728 residências sejam visitadas durante a Operação”, informou o comandante. Além dos militares, o Exército Brasileiro cedeu 14 veículos para auxiliar as atividades durante a campanha.

Os bairros selecionados para atuação dos militares do Exército são áreas de alto risco para a proliferação do Aedes aegypti. “São regiões em que daremos prioridade para atuar neste momento, onde contaremos com a parceria do exército. Juntos com a nossa equipe, os homens farão a identificação, o tratamento e a eliminação dos focos e criadouros do mosquito”, informou Emerson Capistrano.

Conforme o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado pelo Governo Federal, o principal foco do mosquito encontra-se dentro da residência do cidadão. “É importante que façamos ações educacionais para conscientizar a população do seu papel em relação ao lixo domiciliar e ao acúmulo de água parada para que consigamos reverter essa tendência de proliferação do mosquito e de doenças em Boa Vista”.

Para somar com as ações de combate ao mosquito, o Exército pretende expandir a Operação para o interior do Estado. “Estamos à disposição para atender as solicitações das prefeituras e do Governo de Roraima. Por enquanto, estamos atuando em Boa Vista, mas, conforme a demanda, o Exército poderá atuar em outros municípios”, concluiu o general.

A promotora Jeanne Sampaio afirmou que a participação do Exército é de suma importância. “Os índices de doenças provocadas pelo Aedes aegypti são preocupantes em Boa Vista. Por isso, temos que agradecer o esforço dos militares do Exército em ajudar a população. Esperamos que a sociedade se espelhe nesse trabalho e faça sua parte”, acrescentou. (B.B)

Número de agentes é insuficiente e Prefeitura deve convocar mais profissionais

Conforme o superintendente municipal de Vigilância em Saúde, Emerson Capistrano, Boa Vista conta com aproximadamente 135 agentes de endemias, número considerado insuficiente para atender a demanda da Capital. Segundo a instituição, são necessários 170 profissionais para dar efetividade ao trabalho.

Para resolver o déficit, a Prefeitura de Boa Vista irá convocar mais agentes de endemias nos próximos dias. “Já temos um processo seletivo finalizado. Então, em breve iremos convocar mais profissionais para reforçar os trabalhos e, se possível, convocar um número ainda maior do que o previsto. A ideia é que possamos distribuí-los em todos os bairros da cidade”, disse Capistrano.

Segundo ele, o reforço dos militares do Exército é crucial no combate ao mosquito. “Os números de casos de zika e chikungunya aumentaram consideravelmente no início deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, o que é preocupante. Esperamos que, com a ajuda do Exército, possamos combater o vetor para mudar este quadro e diminuir os números de casos das doenças”, ressaltou. (B.B)