AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
O Estado de Roraima será o primeiro do Brasil a ter um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-nCoV Estadual), que funcionará na capital. O anúncio foi feito pelo secretário de saúde Allan Garcês, durante coletiva de imprensa realizada na sede da pasta, que afirmou que isso deve ocorrer o mais breve possível e que está sendo vista a possibilidade de levar esse centro para as áreas de fronteiras.
O Exército, por meio da Operação Acolhida, dará apoio ao plano de contingenciamento, conforme informou o secretário de saúde, que pontuou a participação da entidade militar nas qualificações e reuniões em conjunto com a Sesau. ”Evidentemente que, se ocorrer um caso suspeito em um abrigo, serão tomadas as devidas providências”, acrescentou.
Titular adjunto da Sesau, Rodrigo Santana ressaltou que a secretaria já possui os profissionais e especialistas que já trabalham com a vigilância e que o Centro será uma organização dos profissionais por meio de demandas.
“O pessoal da Vigilância, dentro do plano, vai organizar esse espaço com capacidade de resposta, análise, controle de laboratórios e, se houve necessidade além da capacidade instalada que a Sesau já tem, o Ministério da Saúde (MS), em parceria com as secretarias estaduais e municipais, estará fazendo um plano orientador para que possamos ter o suporte necessário. Na verdade, já trabalhamos com esses profissionais em uma lógica diferenciada de resposta a uma emergência de saúde pública”, explicou Santana.
Garcês acrescentou que o COE possui semelhanças com a estrutura do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) já existente no Estado, com a particularidade de ser dedicado a operações de emergência.
“Ele não ficará restrito somente a possibilidade do Coronavírus (2019-nCoV). No caso de qualquer outra situação de emergência em saúde ou uma catástrofe, já teremos esse centro de operações aqui”, ressaltou o secretário de saúde.
CONTROLE NAS FRONTEIRAS – A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE), Valdirene Oliveira, pontuou que o controle de fronteiras é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), porém esclareceu que, dentro do plano de contingência contra o Coronavírus, há o planejamento de fortalecimento e organização das faixas fronteiriças.
“Como estamos trabalhando com níveis de resposta para aquilo que estamos vivenciando é necessário ter mais informações. Nós temos isso nas fronteiras para ser divulgado, por isso estamos fazendo todos os treinamentos e orientações, não só com nossos profissionais de saúde, mas também com todas as equipes de portos e aeroportos em fronteiras. Eles também estão sendo preparados para prestar informações e estarem prontos para identificar um caso suspeito”, explicou.
Treinamentos de profissionais de saúde já estão sendo realizados pela Sesau
A diretora do DVE, Valdirene Oliveira e o médico infectologista, Alexandre Salomão, falando sobre as qualificações de profissionais de saúde sobre o novo Coronavírus. (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
A qualificação de profissionais de saúde para a identificação do Novo Coronavírus (2019-nCoV) já está sendo realizada pela Sesau. De acordo com a diretora do DVE, Valdirene Oliveira, profissionais da Operação Acolhida, do Corpo de Bombeiros Militares de Roraima (CBMRR), Polícia Militar de Roraima (PMRR), médicos e enfermeiros dos 14 municípios de Roraima e do Dsei-Leste (Distrito Sanitário Especial Indígena Leste) estão sendo contemplados nesse plano.
“Nós estamos programando essas qualificações de acordo com aquilo que é necessário. A equipe se reúne, avalia novamente qual a linha de frente que estaremos organizando e vai definindo esses treinamentos. Estamos capacitando conforme a necessidade de todas as linhas de frente”, destacou Valdirene.
Médico infectologista que está dando suporte à Sesau nas qualificações, Alexandre Salomão ponderou que, como se trata de um quadro epidemiológico novo, deve ser trabalhada qualificação e informação.
“Estamos treinando todas as frentes sobre como identificar, conduzir, controlar e ver as medidas de segurança a serem tomadas em relação a um caso suspeito. Nós sabemos que, frente a um novo quadro epidemiológico, a todo momento pode haver novas informações, sendo necessárias novas qualificações”, concluiu.