O ensino superior privado em Roraima também foi um dos afetados com o atraso de salários dos funcionários do quadro estadual já que muitos dos acadêmicos e seus dependentes são alunos de faculdades particulares. Para impedir o aumento da evasão, as instituições de ensino tiveram que adotar algumas medidas paliativas, como a negociação dos meses em atraso.
As duas principais instituições de ensino do Estado, o Centro Universitário Estácio da Amazônia e a Faculdade Cathedral, por exemplo, revelaram que sentiram o impacto da crise financeira, mas que adotaram medidas extraordinárias para reduzir o risco de desistência.
No caso da Faculdade Cathedral, com o impacto do aumento da inadimplência, a instituição aumentou o canal de atendimento pessoal a cada aluno para que pudessem comparecer e verificar uma melhor forma de solucionar cada situação financeira, de forma individual.
Outro ponto foi ampliar o prazo de pagamento das parcelas em atraso sem incidência de juros e multa até o final de dezembro de 2018, para que os acadêmicos pudessem regularizar as parcelas sem causar mais impacto no orçamento familiar.
A instituição ressaltou ainda que o impacto da inadimplência foi sentido mesmo com a Cathedral tendo convênios federais, como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que oferecem bolsas de estudo parciais e integrais em instituições de ensino particulares para estudantes de baixa renda e alunos que estudaram o ensino médio em escola pública, entre outros critérios.
“A Cathedral sente nitidamente o impacto do inadimplemento, tendo em vista que os convênios não mantêm o quadro financeiro da instituição estável. Ressaltamos que sempre procuramos a melhor maneira de negociação para todos, de forma que o estudante não deixe de estudar”, disse Haroldo Campos, presidente da instituição.
O Centro Universitário Estácio da Amazônia confirmou que sentiu os impactos da crise financeira que se instalou no estado, mas adotou medidas em consonância com a sede da empresa para que os alunos não fossem prejudicados. “A instituição de ensino possui uma assessoria de negociação que trata caso a caso essas situações”, informou a Estácio em nota.
A instituição de ensino superior disse ainda que a adoção da medida teve reflexo positivo, já que o número de desistência de alunos não cresceu, mesmo com alguns deles não conseguindo pagar as mensalidades. “Os casos de inadimplência aumentaram significativamente, mas a evasão não aumentou, o que houve foi a diminuição nos novos ingressos”, completou em nota a Estácio. (P.C.)