Cotidiano

Fake News e Meio Ambiente podem ser temas de redação

Organização das ideias é indispensável para que estudante consiga desenvolver a redação sem grandes transtornos, recomenda professora de Língua Portuguesa

Mais de cinco milhões de estudantes devem participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2018), que este ano será aplicado nos dias 4 e 11 de novembro. Realizada desde 1998, prova serve de base para o ingresso de alunos em instituições de ensino superior.

Muitos daqueles que já se inscreveram estão intensificado a maratona de estudos, principalmente na parte de redação, que é considerado o item mais complicado do exame.

“A redação é simplesmente a leitura do aluno. É nela que o avaliador vai verificar o aprendizado desse estudante, inclusive com relação aos conhecimentos gramaticais, o conhecimento histórico e a capacidade que ele tem de entender os problemas que o cerca socialmente. Por isso que ela [redação] tem uma nota tão alta, porque ela é uma radiografia do conhecimento desse aluno, tanto nas áreas humanas quanto nas de exatas”, afirmou Roberta Fernandes, professora de Língua Portuguesa.

Conforme Roberta, a organização das ideias é indispensável para que o estudante consiga desenvolver a redação sem grandes transtornos. “Inicialmente, a dica maior para aqueles que vão participar do exame é que não dá para fazer uma boa redação escrevendo pouco. Esse é um exercício que deve ser feito diariamente. Se você não tem esse exercício, dificilmente vai ter êxito nessa parte, mas a ideia é ter paciência, organizar o pensamento antes de escrever e saber que há um objetivo para alcançar com esse texto. O estudante tem que estabelecer a mensagem que quer passar”, destacou.

A filtragem das informações mais úteis é outro ponto destacado pela professora. Segundo ela, ter atenção e compreensão do assunto é primordial para os estudantes que vão participar do exame. “Hoje nós temos um mundo muito informatizado, cheio de mensagens que são propagadas a todo o momento, principalmente por conta das redes sociais e dos aplicativos de mensagens. Essas informações nem sempre estão corretas, justamente pela falta de profundidade, mas aí cabe ao aluno filtrar os pontos que são mais relevantes”, comentou.

Sobre o tema que poderá ser adotado para a edição deste ano, a educadora acredita que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deve escolher temas que estão atualmente em evidência, como o combate às Fake News.

“Eu apostaria em temais mais atuais, como as questões sociais; a disseminação de informações falsas, que a gente conhece como Fake News, que já vem sendo debatida há um bom tempo; a onda de violência que vem crescendo no mundo todo; e os temas relacionados ao meio ambiente, como aumento do clima, desmatamento de florestas, ou cuidados com a água”, completou.

Para encerrar, Roberta orienta que os estudantes respeitem os limites físicos e emocionais e saiba separar os horários para cada atividade que será executada antes e durante a prova. “O mais importante é que esse estudante saiba organizar suas atividades. Evitem ingerir alimentos pesados, leve água e um chocolate no dia da prova. É natural da juventude querer resolver tudo depressa, mas esse exame é algo importante para o futuro profissional, então não dá para resolver tudo em 20 minutos”, concluiu.

OUTROS TEMAS – Além da preocupação com as Fake News e cuidados com o meio ambiente, outros temas de impacto poderão vir à tona na redação do Enem deste ano, como a legalização do aborto, que foi debatida, inclusive, na Argentina, após a prática ter sido aprovada pelo Congresso, mas foi rejeitada pelos senadores daquele país.

Infográfico: Graffo

Outro assunto cotado para a edição 2018 é o envelhecimento dos brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram o crescimento de 18,8% da população de idosos acima de 60 anos.

O vício em jogos eletrônicos também pode ser outro assunto a ser abordado no exame. O tema foi discutido em junho deste ano, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluir a questão na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID). (M.L)