Falta neurologista para atender demanda

A falta de médicos nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) tem afetado os pacientes que procuram por atendimento neurológico. Alguns relatam que há duas semanas tentam marcar consulta com um neurologista no Hospital Coronel Mota, localizado na rua Coronel Pinto, no Centro, mas não conseguem. Funcionários da unidade afirmam que não há previsão para consultas.
A dona de casa Luíza Pereira relatou que tenta marcar consultas com o neurologista para o filho epilético há uma semana. “Meu filho sofre de uma doença séria, preciso de receita para comprar os remédios, pois os que tenho em casa já estão acabando. Desde a semana passada venho aqui, mas não consigo nada. Estou pensando em pagar por uma consulta particular apenas para pegar a receita”, disse.
Um funcionário público que preferiu não se identificar relatou que tentou marcar consulta na manhã de quinta-feira, mas foi informado por uma funcionária do hospital que não havia previsão de atendimento. “Na recepção me informaram que a unidade está sem médico neurologista e que estão sem marcar novas consultas, pois não sabem quando o problema será sanado”, afirmou.
Outra paciente, que pediu para ter a identidade preservada, relatou que será atendida somente no mês de fevereiro do ano que vem. “Se o meu problema fosse grave, iria piorar com esse período de espera. Isso é um absurdo. Se marcamos consulta com um médico é porque estamos precisando de atendimento para agora e não para daqui a 90 dias”, reclamou.
SESAU – A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que o Hospital Coronel Mota conta com seis profissionais da área, três neurologistas e três neurocirugiões, que estão atendendo normalmente.
A nota afirma que, naquela unidade, são atendidos pacientes de todo o Estado, além de “encaixes” dos hospitais referências na rede pública de saúde. Por conta da alta demanda o agendamento foi suspenso temporariamente, conforme a Sesau, já que o mapa de marcação de consultas está fechado até o mês de janeiro.
“Vale dizer que a medida foi adotada como forma de controle, pois as marcações feitas para um período maior do que 90 dias ocasionam um alto índice de pacientes faltosos”, encerra a nota. (I.S)