Cotidiano

Faltam materiais e remédios para exames

Além da demora para a realização dos exames, pacientes se vêem obrigados a comprar remédios que estão em falta na farmácia do HGR

Dois dias após noticiar que pacientes internados no Hospital Geral de Roraima (HGR) que sofrem com problemas cardíacos estão tendo que se submeter à fila de espera para realizarem exames de cateterismo, a Folha apurou que, além deste, outros procedimentos, como o de ecocardiograma, também não estão sendo realizados na unidade por falta de materiais.
Fundamental para a detecção de alterações estruturais e funcionais do coração, familiares de pacientes que necessitam fazer o ecocardiograma dizem que os casos são urgentes e que, pelo fato de o hospital ser o único que realiza o procedimento no Estado, não tem mais a quem recorrer. “Não é só a questão dos exames das pessoas com problemas cardíacos, a questão é que a grande maioria dos que estão na fila precisam fazer com urgência, mas não tem material”, lamentou o filho da paciente Vera Lúcia Cunha, de 57 anos, que sofreu um derrame na última semana e também está na fila do ecocardiograma.
Além da falta de material para a realização dos exames, o filho da idosa, que preferiu não se identificar, denunciou que vários medicamentos prescritos pelos médicos estão em falta na farmácia da unidade. “Das dez medicações que o médico solicitou para minha mãe, tive que comprar nove. Não tinham nem analgésicos simples, como o Ácido Acetilsalicílico, o AS, para dar aos pacientes”, disse.
Segundo ele, o exame da mãe, que deveria ser feito no mesmo dia do diagnóstico do derrame, na segunda-feira, foi marcado somente para hoje, 12. “Ela está na fila para o exame, porém, por mais que entre na emergência, é um procedimento que tem que ser realizado rapidamente. Além dela, tem um monte de gente precisando fazer o exame. O pior de tudo é saber que tem local e médico para fazer, mas não tem o material”, comentou.
Ele disse que chegou até a pesquisar, na internet, os preços de kits necessários para a realização do ecocardiograma, para que a mãe fosse examinada mais rapidamente. “Fui ver os preços dos materiais que estão em falta para comprar pela internet, mas não encontrei o médico para que me desse mais informações sobre qual deveria ser o material correto. É desespero mesmo, porque pelo que eu e outros familiares estamos vendo, teremos que esperar a boa vontade de comprarem”, reclamou.
GOVERNO – Em nota, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado esclareceu que a paciente Vera Lúcia Cunha, de 57 anos, está sendo monitorada pela equipe de enfermagem que atua em regime de plantão 24 horas na unidade, além da equipe clínica que atua no setor. “Informamos que a paciente está com o exame de ecocardiograma agendado para esta quinta-feira, dia 12, às 16h30”, afirmou.
Em relação à falta de medicamentos, justificou que a Coordenadoria-Geral de Assistência Farmacêutica está trabalhando esta semana no remanejamento de medicamentos de outras unidades para o Hospital Geral de Roraima, devido à falta detectada no hospital.
A secretaria informou ainda que a coordenadoria abastece toda semana as unidades de Saúde do Estado, credenciadas na Rede SUS (Sistema Único de Saúde), conforme demanda solicitada e disponibilidade de estoque. Inclusive a aquisição dos medicamentos anuais para atender às unidades de Saúde, da Capital e do interior, está em fase de licitação para que o processo de atendimento não seja interrompido. (L.G.C)