Cotidiano

Família de motociclista morto em acidente diz que ele não estava bêbado

Frank Soares da Silva morreu na noite dessa quarta-feira

A dor de perder um ente querido e de injustiça são os sentimentos que a família de Frank Soares da Silva, de 31 anos, está sentindo desde a noite desta quarta-feira, 30, após ele morrer em um acidente de trânsito, no bairro Aracelis Souto Maior. Os familiares procuraram a reportagem da Folha BV para contar a sua versão sobre como o acidente aconteceu.

Segundo a família, após o acidente, diversas versões foram levantadas por populares, entre elas, a que ele tinha ingerido bebida alcóolica, estava sobre efeito de entorpecentes, estaria com o farol desligado, fazendo zig-zag e até que teria passado mal em cima da moto, e que isso poderia ter sido o motivo da colisão.

A irmã dele, Suelany Esteves, de 37 anos, foi quem conversou com a reportagem. Ela disse que o irmão tinha ido para casa deixar o presente de aniversário do filho de 9 anos. Após ter chegado do trabalho, jantado ele estaria seguindo para a casa da namorada quando foi atingido pelo veículo.

Ainda, de acordo com Suelany, o irmão não fazia o consumo de bebida alcóolica, nem entorpecentes, e estava bem de saúde.

Neste sábado, 3, a família iria comemorar o aniversário da criança.

“Ele tinha acabado de jantar e não tinha ingerido bebida alcoólica ou entorpecentes, ele não consumia nada disso. Sobre ele ter passado mal em cima da moto, não teria como, porque se fosse verdade, ele teria caído ou parado para pedir ajuda. Eu já passei por isso e sei como é. Ele estava bem de saúde porque sempre fazia exames”, disse.

Suelany chegou ao local do acidente no momento em que a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estava tentando reanimá-lo. Populares informaram a ela, que no veículo da condutora foram encontradas latas de cerveja, e que ela se recusou a fazer o teste do bafômetro. Além disso, teria tentado fugir do local, mas foi impedida por pessoas que estavam no local.

“Não tenho como afirmar essas informações, mas foi o que um rapaz e a moça que seguia atrás dele me informaram depois que cheguei ao local do acidente. Que ela se recusou a fazer o teste do bafômetro, tentou fugir e jogou fora as latinhas de cerveja. Além disso, ela estava sem a habilitação”, relatou.

A repórter apurou que de fato a condutora do veículo se recusou a fazer o teste do bafômetro no local.

A família pede que a verdade seja esclarecida e que perguntas sejam respondidas, pois segundo eles, a versão dada pela envolvida distorce os fatos.

“Eu só quero que a verdade seja dita. Não quero que ele saia como errado porque ali tudo indica que ele foi uma vítima. Por que ela não quis fazer o bafômetro? Por que tiraram as latinhas de cerveja de dentro do carro? O que mais me deixa chateada é a forma como a história foi contada. Estamos nos sentindo desamparados, só queremos Justiça. Não morreu só o meu irmão, mas sim toda a família”, finalizou.


Igreja onde o velório será realizado (Foto: Nilzete Franco/Folha BV) 

ACIDENTE

A família apresentou imagens de uma câmera de segurança de uma frutaria, que fica próximo ao local do acidente, que registrou o momento da colisão.

Pelas imagens, é possível ver que Frank e a condutora seguem em sentidos opostos na Rua Estrelinha, momento em que o veículo invade a pista que estava o motociclista, que tenta desviar para a esquerda e ela desviou para a mesma direção causando a colisão entre os dois veículos.  

Ele ficou embaixo do carro e foi removido por populares até a chegada do Samu.