Cotidiano

Família denuncia que policial homicida foi espancado dentro do quartel da PM

Mãe do policial militar afirmou que filho teve a cabeça e as sobrancelhas raspadas e teve que ser levado para o hospital após ter sido torturado

Familiares do soldado da Polícia Militar, Felipe Quadros, procuraram a Folha, na noite de terça-feira, 24, para denunciar que ele teria sofrido uma série de agressões físicas por policiais militares no Comando de Policiamento da Capital (CPC), onde permanece preso até ser julgado pelo triplo homicídio cometido no dia 9 de novembro.

A mãe do policial militar, Fabiane Martins Quadros, afirmou que o filho teve a cabeça e as sobrancelhas raspadas e que foi brutalmente espancado, tendo que ser levado para o Hospital Geral de Roraima (HGR). “Meu filho sofreu uma agressão violenta esta noite. Uma ambulância do Corpo de Bombeiros foi socorrê-lo às pressas para o HGR”, disse.

Segundo ela, ao chegar ao hospital, os médicos haviam se recusado a passar informações sobre o estado de saúde do PM. “Eles não me passaram o estado clínico em que estava o meu filho. Nós buscamos uma resposta”, disse a mãe, ao acrescentar que toda a família de Felipe vem sofrendo represálias por parte da Polícia Militar.

“Minha família vem sofrendo com esta situação. A polícia invadiu a casa da minha mãe, que já é bastante idosa. Eles entraram na residência sem apresentar mandado e mexeram em todos os objetos. Felipe morava com a avó. Uma situação como esta deveria ser realizada com cuidado e respeito às pessoas de casa”, disse.

Governo nega denúncia

A Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado de Roraima afirmou que, conforme o Comando-Geral da PM, as acusações são improcedentes, visto que não ocorreu nenhum fato parecido no local onde o policial está preso. Além disso, frisou que não foi registrada a entrada do policial no HGR. “Destacamos ainda, que qualquer denúncia envolvendo integrantes da corporação deve ser formalizada junto aos órgãos competentes para apuração”, diz a nota.

Triplo homicídio foi cometido na manhã do dia 9 deste mês

Na manhã do dia 9 de novembro o soldado da PM, Felipe Quadros, assassinou, a tiros, a fisioterapeuta Jannyele Filgueiras e o pai dela, Eliésio Filgueiras. Depois ele matou o proprietário de uma locadora de veículos, Ernani Brito, além de ferir outra pessoa. Os crimes ocorreram, respectivamente nos bairros Pricumã e Caimbé, localizados na zona Oeste da Capital.

Felipe Gabriel Quadros era lotado na Companhia Independente de Policiamento de Guarda e atuava na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). Ele ingressou na PM em fevereiro de 2014 e, segundo o CPC, não tinha histórico de agressão. O soldado também não tinha porte de armas e, depois de cumprir seu plantão na noite de domingo, no dia 8, ele deveria ter devolvido a arma da corporação, o que não ocorreu. (L.G.G)