Cotidiano

Familiares de paciente denunciam que apenas anestesia foi aplicada

Segundo os familiares da paciente, ela teria sido levada para o Centro Cirúrgico do HGR para o procedimento, mas no lugar não havia nenhum corte

Na última quinta-feira, a dona de casa Maria Alfredo passou por um suposto procedimento cirúrgico para a remoção de um cisto ósseo do joelho. A paciente foi levada para o Centro Cirúrgico do HGR (Hospital Geral de Roraima) e retornou ao leito duas horas depois com o local, onde a cirurgia foi feita, enfaixado e sob efeito de anestesia.
Segundo familiares, a retirada do curativo estava marcada para a manhã deste sábado, dia 1º. Para surpresa de todos, não havia cortes nem pontos no local, o que segundo os enfermeiros de plantão, indicava que o procedimento não foi realizado.
Maria deu entrada no Pronto Atendimento Airton Rocha (Paar), local onde é feita a triagem dos pacientes que são internados no HGR, no dia 19 de setembro, após uma queda que deixou o joelho dela gravemente ferido. Depois dos exames, o médico de plantão detectou um cisto ósseo no local do ferimento. A paciente foi internada para realizar cirurgia de remoção do cisto.
A dona de casa teve que aguardar pela cirurgia por um pouco mais de um mês. “Ela está internada neste hospital desde setembro. Ela não poderia retornar para casa, pois o quadro de saúde dela iria piorar. Então, ficamos aguardando a cirurgia, que estava marcada para o dia 30 de outubro”, relatou a enteada da paciente, Kárita Silva.
Conforme Kárita, os familiares aguardavam ansiosos pelo dia da cirurgia. “Na quinta-feira, quando ela foi para a sala de cirurgia, imaginávamos que a estadia dela no hospital já estava com os dias contados”, disse.
A paciente chegou à enfermaria, onde estava internada, com o joelho enfaixado e sob efeito de anestesia. A remoção do curativo estava marcada para este sábado. A enteada da paciente informou que o joelho dela ainda estava do mesmo jeito, sem pontos, cortes ou marcas de cirurgia. “Os enfermeiros disseram que isso indicava que o procedimento não foi realizado. Eles olharam o prontuário dela e lá não constava nenhuma cirurgia. Então, para que a sedaram?”, questionou a enteada.
Os familiares questionaram a direção do hospital, que informou que não poderia se pronunciar sem a presença do médico, que retornaria à unidade somente na segunda.
OUTRO LADO – A Assessoria de Comunicação da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) informou, por meio de nota, que na última quinta-feira, dia 30, não havia nenhuma programação de realização de biopsia para a paciente.
“O procedimento proposto era o de manipulação articular, sob anestesia, o qual é realizado sem a necessidade de nenhum tipo de corte no paciente, pois se trata apenas de um procedimento não evasivo, indicado para melhorar o movimento da articulação. Desta forma, o procedimento programado foi realizado sem intercorrência”, esclareceu a nota. (I.S)