Cotidiano

Familiares de pacientes denunciam falta de material para cirurgias de emergência

Familiares de pacientes que estão há uma semana com fraturas no rosto e aguardando cirurgia de urgência, no Hospital Geral de Roraima (HGR), procuraram a reportagem da Folha pra denunciar que os procedimentos cirúrgicos não vão ser realizados porque falta material.

Os denunciantes cobram um posicionamento do governo do estado, pois entendem que materiais para cirurgias de emergência deveriam ser prioridade e que o serviço público na área de saúde é sério.

“Eu fico muito revoltada. Nós pagamos nossos impostos e cumprimos com nossas obrigações para termos um atendimento de qualidade. Mas quando precisamos, somos tratados dessa forma”, lamentou a pedagoga Cláudia Rossana Ferreira de Souza, de 43 anos.

Cláudia é tia de um rapaz de 22 anos que sofreu um acidente na semana passada e quebrou o maxilar em três lugares e precisa de cirurgia. A maior preocupação dos familiares e dos pacientes é porque não se tem uma previsão urgente para o caso e após 15 dias sem passar pelo procedimento cirúrgico, o osso começa a calcificar da forma quebrada que está sem o conserto que seria feito com a cirurgia.

A pedagoga denuncia ainda que já tentou junto à direção do HGR buscar informações sobre o tipo material necessário para a cirurgia do seu sobrinho, com a intenção de arrecadar dinheiro com os amigos e familiares e adquirir esse material.

“Eu pedi pra eles pra passar a relação do material para comprar, mas ela não deu e nem não autoriza nenhum médico a dar porque o paciente pode entrar na justiça contra o hospital. Quer dizer que isso é mais importante que a saúde de uma pessoa?”, questiona.

Outro caso semelhante está enfrentando a dona de casa Enilde Maria da Silva Gomes, de 38 anos, que está com o filho de 15 anos também aguardando uma cirurgia. Ela contou à reportagem que ontem o médico chegou avisar que hoje ele faria a cirurgia, mas não aconteceu.

Segundo ela, depois de ficar mais de 12 horas sem se alimentar para passar pelo procedimento, a família foi avisada que o caso dele requer uma cirurgia diferente da que tinha sido diagnosticada inicialmente e que para a segunda não teria o material.

O médico explicou para a família que somente depois da tomografia foi possível detectar que ele havia fraturado os dois lados do rosto e não apenas um como tinha sido detectado no início. “Meu filho agora está até agora sem comer esperando que ainda venha um médico para operar”, contou a dona de casa.

As duas famílias contaram que a explicação dada pelo Hospital é que a licitação para compra do material já concluída no dia 28 de março e quem ganhou foi a empresa Acta. No entanto, a empresa tem 30 dias para entregar o material.

OUTRO LADO
A reportagem da Folha solicitou um posicionamento do governo do estado e aguarda retorno.

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