O Cemitério Parque Campo da Saudade, localizado no bairro Centenário, na zona oeste da Capital, está convocando parentes e familiares a regularizarem as áreas de sepultamento, principalmente dos sepultados entre agosto de 1988 a dezembro de 2012. Eles têm até o dia 15 de novembro para se manifestarem junto ao cemitério antes que as exumações sejam realizadas.
De acordo com o administrador do Campo, Anselmo Martinez, a partir de hoje, 15, os procedimentos de exumação serão suspensos em razão da movimentação que antecede o Dia de Finados. Ele explicou que a retirada das sepulturas que não estão regularizadas é um processo rotineiro no cemitério a partir dos cinco anos de sepultamento, conforme previsto em lei. “Sempre priorizando os sepultados há mais de cinco anos, de trás pra frente”, disse.
Segundo Martinez, a convocação tem foco nos familiares que garantiram área gratuita por questões de vulnerabilidade financeira, tendo em vista que o único cemitério público da Capital, o Nossa Senhora da Conceição, no bairro São Vicente, zona sul, está lotado desde o início do ano. No entanto, desde o momento do sepultamento, as famílias podem negociar a regularização para evitar a exumação. Atualmente, o espaço cedido corresponde a cerca de 71,5% da área já ocupada, quando o índice deveria ser equivalente a cerca de 40%.
Mesmo que os familiares não tenham condições de realizar a regularização e ainda assim não queiram a exumação, Martinez destacou que será possível negociar com o cemitério. Uma delas é a assinatura do contrato de perpetuidade do terreno. “Desde que haja a vontade de se regularizar, há várias formas para que aquela pessoa possa permanecer na sepultura sem que os familiares tenham que se endividar”, explicou.
O administrador afirmou que a intenção não é criar uma situação difícil, contudo, a área ocupada precisa ser remunerada. A partir do momento que a convocação é feita e nenhuma família se manifesta, o cemitério volta a utilizar a área para ceder a uma nova família em situação quase sempre semelhante à anterior. Os ossos são retirados do caixão, colocados em um invólucro apropriado e destinados ao ossário, onde ficam à disposição dos familiares.
Uma das situações corriqueiras é referente aos familiares ou amigos que vão ao cemitério visitar e não encontram a lápide, informando que não foram avisados da exumação. Na maioria dos casos, a pessoa que vai solicitar o sepultamento não é da família e, portanto, não deixa o endereço correto. “Quando a família se muda, o cemitério perde esse contato”, frisou.
REGULARIZAÇÃO – O administrador explicou que a família pode pagar as anuidades de manutenção, no valor aproximado de R$ 150,00 por ano, ou adquirir o direito de uso da sepultura, que custa cerca de R$ 1 mil. Esta, no entanto, está em promoção até o dia 5 de novembro, custando R$ 700,00. O pagamento pode ser efetuado à vista com desconto ou em parcelas de 12 vezes. “O interesse é que procurem o cemitério e manifestem a vontade”, afirmou.
VAGAS – O cemitério Parque Campo da Saudade foi construído para ter uma vida útil de 120 anos. Inaugurado em 18 de agosto de 88, Martinez destacou que ainda há vagas para mais 90 anos. Segundo ele, a convocação para a regularização é uma questão de manter a ocupação dentro do devido limite. Esse chamado é feito, em média, duas vezes ao ano e vale para todas as pessoas, com foco nas que receberam a área gratuitamente. (A.G.G)
Prefeitura não tem previsão de construir novo cemitério
Com o único cemitério público da Capital, o Nossa Senhora da Conceição, no bairro São Vicente, zona sul, continua superlotado, a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) informou que os sepultamentos só são realizados por familiares que já possuem jazigo no local.
Durante o primeiro semestre deste ano, cerca de 100 procedimentos de regularização foram feitos, mas nenhuma vaga foi liberada. A Prefeitura informou que ainda não há nenhuma previsão de construção de um novo cemitério. (A.G.G)