Cotidiano

Familiares denunciam descaso com saúde de detento da Pamc

Está registrado na Constituição Federal que “a saúde é um direito de todos e um dever do Estado”. Em si tratando do sistema penitenciário, o direito previsto nos artigos 12 e 14 da Lei de Execução Penal. Eles preveem assistência material em relação à higiene, instalações e acesso a atendimento médico, farmacêutico e odontológico. A realidade, no entanto, parece ser diferente.

Há quase três semanas, Tailson Nascimento foi preso por roubo e encaminhado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona Rural de Boa Vista, para cumprimento de pena. Desde então, a família vem buscando atendimento médico ao detento em razão do diagnóstico de tuberculose pulmonar, mas até o momento não obteve sucesso.

Segundo a cunhada, Rayandre dos Santos, a informação que a família recebe dos agentes é que não há combustível para o transporte do detento até o hospital. Atualmente, pelo estado de saúde, Nascimento é mantido isolado dos demais presos.

“Os cabelos dele estão caindo, a pele está fina, ele tá inchado… o estado dele é grave. Ele está morrendo aos poucos. Não queremos que ele deixe de pagar pelo que fez, só não queremos que morra lá”, disse.

Casada com um dos sete irmãos de Nascimento, Rayandre contou que o detento já realizava o tratamento antes de ser preso. Para ela, o motivo do roubo está relacionado ao uso de drogas. “Ele se tornou um doente. São oito irmãos sem pai e mãe. Se ele morrer lá dentro, o governo vai ter que indenizar, e eu tenho certeza que não é isso que vai acontecer. A situação está crítica”, declarou.

Buscando uma solução para o problema, os familiares já ofereceram dinheiro para o combustível. Contudo, a tentativa foi recusada pelos agentes. Em contato com o advogado do preso, ela recebeu a mesma informação: de que não há combustível ou previsão para que o atendimento seja feito. Para a família, o que resta é torcer para que Nascimento resista aos próximos dias.

OUTRO LADO – A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) negou a informação sobre falta de viatura e combustível e informou que os atendimentos para casos de suspeita e tratamento de tuberculose de reeducandos são realizados na própria unidade prisional. Em caso de emergência, o reeducando é levado ao hospital. (A.G.G)