Familiares e amigos de professora que morreu no trânsito fazem manifestação

Familiares e amigos da professora Karla Danielle Sousa Kreutz, de 25 anos, que morreu vítima de acidente no trânsito, no fim de semana, realizam, neste domingo, 10, uma manifestação no local do incidente, no cruzamento das ruas Calebe e Betel, no bairro Nova Canaã, zona Oeste da Capital. A finalidade é chamar a atenção da sociedade e autoridades em relação ao alto índice de mortes e feridos no trânsito.

O movimento, que ocorrerá a partir das 16h, está convocando toda a sociedade por meio da página no Facebook “Ka entre nós – Movimento por um trânsito mais seguro”. “Ka” era como Karla era conhecida por amigos. No dia do manifesto, será feito um abaixo-assinado para reivindicar a implantação de semáforos e faixas de pedestre no cruzamento onde aconteceu o acidente. O documento também pode ser assinado via internet por meio do link http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR89901.

A organizadora da mobilização, Alclezia Nobrega, disse que o abaixo-assinado será encaminhado à Secretaria Municipal de Trânsito (Smtran). “Solicitamos parceria com a instituição para estar presente conosco na manifestação. O objetivo do documento é reivindicar a implantação da sinalização no local do acidente, pois não tem nenhuma, e também nos demais pontos críticos da cidade para que o fato não aconteça novamente”, disse.

A finalidade é que o movimento não aconteça somente neste domingo, mas que se torne algo corriqueiro. “É importante que se dê continuidade a essa atividade, realizando movimentos e ações de ensino/aprendizagem sobre o trânsito nas escolas e universidades. Precisamos despertar o cidadão para essa questão”, complementou Alclezia.

O caso da professora Karla chocou a sociedade, conforme a organizadora, por isso é importante sensibilizar a população. “Ela era universitária, mestranda, acadêmica de graduação e faleceu com apenas 25 anos. É inaceitável uma jovem morrer por irresponsabilidade alheia”.

O grupo também vai às ruas pedir justiça. “Nós não concordamos com a lei de trânsito, que não tem uma punição severa. O nosso Código de Trânsito é muito deficiente e acaba punindo através de multa e reclusão de, no máximo, um ano. Mas não é o suficiente”, destacou Alclezia.

Para ela, o cidadão precisa abrir os olhos para casos que envolvem a perda de uma vida. “Sabe-se que o indivíduo não estava habilitado e estava alcoolizado. Além disso, ele invadiu a preferencial em alta velocidade, ou seja, totalmente errado. Infelizmente, basta pagar uma simples fiança e ficar solto, o que não nos traz a sensação de que a justiça foi feita”.

A organizadora finalizou pedindo mais atenção no trânsito para que nossas vidas sejam preservadas. “Todos nós temos alguém próximo que já foi vítima de acidente, o que causa diversos transtornos na vida da pessoa. É necessário que a população tenha zelo pela vida e é por isso que nós estamos lutando”, destacou. (B.B)

Roraima registra queda no índice de vítimas no trânsito

No primeiro trimestre de 2016, o índice de acidentes no trânsito com vítimas fatais em Roraima é o menor dos últimos cinco anos, somando 41 mortes. Conforme os dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), no período de janeiro a março de 2012, foram 43. No ano seguinte, foram 44. Em 2014, foram registrados 52. No ano passado, 49.

Conforme o órgão de trânsito, as imprudências mais corriqueiras são cometidas por falta de responsabilidade quanto ao respeito às sinalizações, alta velocidade e desconhecimento do Código de Trânsito.

Em 2013, Boa Vista foi 5ª colocada no ranking de capitais com a taxa de mortalidade no trânsito do Brasil, com 36,89 mortes por 100 mil pessoas. O levantamento foi elaborado pelo Ministério da Saúde a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). (B.B)