Familiares reclamam que mantimentos não estão chegando aos detentos

Mais de 200 homens, entre policiais militares e agente penitenciários, realizam desde as primeiras horas desta quinta-feira, 9, uma operação na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). A medida tem como objetivo realizar a revista e a contagem de presos daquela unidade, que é considerada a maior do Estado.

Conforme apuração da FolhaWeb, o pente-fino desta manhã ocorreu justamente no dia do chamado “Sacolão”, que é quando familiares podem encaminhar sacolas com alimentos, medicamentos e materiais de higiene aos preso. Várias pessoas estiveram presentes no local e muitos deles procuraram a reportagem para denunciar algumas situações.

De acordo com a mãe de um detento, os mantimentos não estariam sendo devidamente encaminhados para os presos e que até mesmo Kit higiene que a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) não estaria sendo mais distribuído com regularidade.   

“Eu não sou contra eles [agentes de segurança] realizarem as revistas, mas o que a gente questiona é porque não deixam entrar os alimentos e os medicamentos que os pais deixam na unidade. Preferem deixar estragar a permitir que encaminhem para os detentos. Tem famílias que estão em situação financeira complicada, mas fazem de tudo para não deixar faltar para um filho ou um pai que está cumprindo pena ali dentro, mas eles não permitem entrar”, disse a mãe de um detento.

Outra mãe de detento relatou que muitos dos reeducandos estariam adoecendo por conta da falta de medicamentos, mesmo que os familiares se prontifiquem a ajudar na resolução do problema.

“Meu filho teve de ser retirado porque estava urinando e escarrando sangue. Eu comprei os remédios e eles [Direção] não deixaram entrar. Como uma pessoa pode de redimir de um crime nessas condições? Não há como fazer isso do jeito que está”, completou.

A forma de tratamento dos agentes com os visitantes também foi outra reclamação feita pelos familiares de presos. Muitos afirmaram haver certa má vontade por parte de alguns servidores da unidade.

“Já vi muitas vezes senhoras sendo destratadas aqui, só que elas não têm culpa do erro dos filhos. É preciso ter respeito com essas pessoas. Ninguém precisa passar por essa humilhação”, pontuou.

O OUTRO LADO

Sobre a reclamação dos familiares de detentos da Pamc, a reportagem entrou em contato a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) e aguarda resposta.