Nos três primeiros meses deste ano foram registrados 96 desaparecimentos de pessoas em Roraima. Também de janeiro a março foram registrados cinco sequestros e um favorecimento da prostituição. A estatística é da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
No ano passado foram registradas 243 pessoas desaparecidas no Estado, 14 sequestradas e 11 levadas à exploração sexual. Mas os números não qualificam os desaparecidos como vítimas do tráfico de seres humanos. Do total de desaparecidos, 99% reaparecem, segundo a delegada Mirian Di Manso, titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH).
Mirian também observou que a maioria dos casos trata-se de fuga de adolescentes que viajam para o interior ou vão para casa de amigos sem avisar à família. A delegada disse que mesmo nesses casos, quando procurada, a Polícia começa a fazer diligências à procura do desaparecido.
“Quando a família registra o Boletim e relata o sumiço na delegacia, agentes da Polícia começam a investigar o paradeiro do desaparecido. O quanto antes a família procurar a Polícia, melhor”, orientou a delegada.
Sobre o tempo para registrar o desaparecimento, Mirian disse que cada caso é um caso. Mas ela explicou que há casos em que o jovem já está acostumado a não voltar para casa e a não dar satisfação aos familiares, mas em outros não.
“Tem jovem que é acostumado a passar dias fora de casa e não avisar à família, mas têm outros que tem uma rotina, ou seja, sai de casa à escola e retorna para casa. Neste caso, se não voltar, a mãe logo sabe que há algo de estranho, pois o filho não é acostumado a se ausentar sem avisar. Mas nos dois casos de desaparecimento é melhor avisar logo a Polícia”.
O trabalha da Polícia começa, segundo a delegada, com buscas por informações a respeito do desaparecido escutando amigos, pessoas próximas e descobrindo locais onde o desaparecido frequenta. “Então dá-se início às investigações”, afirmou.
A delegada informou que apenas um caso de desaparecimento em Roraima, por enquanto, está sem solução. Alessandro Santos Souza, de 21 anos, sumiu no começo de dezembro de 2014. Mirian disse que com o aprofundamento das investigações no Núcleo de Pessoas Desaparecidas foi aberto um inquérito na DGH e que a Polícia já sabe quem foi e como o homicídio ocorreu. “Mas falta materialidade. Faltam duas oitivas que vão fundamentar o pedido de prisão à Justiça”, adiantou. (AJ)
DGH está prestes a elucidar mais dois crimes
Outro homicídio que repercutiu em Boa Vista foi o da ex-secretária de Saúde do município do Cantá, Hadácia Alves, de 29 anos, em fevereiro de 2016. A enfermeira sumiu após deixar uma amiga em casa, em um bairro da zona Oeste da Capital. O carro da vítima foi encontrado com a chave na ignição em uma rua do bairro Nova Canaã.
O corpo de Hadácia foi encontrado dois meses depois em um matagal na região do bairro Santa Cecília, no Cantá. A ossada passou por exames que confirmaram a identidade da ex-secretária.
A delegada Mirian Di Manso, titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), disse ontem à Folha que aguarda o laudo cadavérico e o relatório do Núcleo de Inteligência para avançar com as investigações. Os documentos chegarão, segundo a delegada, até o final deste mês.
“Trabalhamos com duas linhas de investigação para este homicídio: por vingança ou passional. Já temos suspeito, mas precisamos confirmar com o laudo e relatório”, ressaltou a delegada.
LATROCÍNIO – O latrocínio do comerciante Raimundo Nonato Rocha Silva, de 58 anos, conhecido como Didi, ocorrido em maio passado, também está sendo elucidado, segundo a titular da DGH. A autoria do crime já foi definida e falta pouco para elucidar o caso por completo.
Didi foi assassinado com um tiro no abdômen dentro de seu estabelecimento comercial, no cruzamento das avenidas N-28 com S4, no bairro senador Hélio Campos, Zona Oeste de Boa Vista.
Segundo testemunhas, dois homens que estavam em uma motocicleta Biz entraram, renderam a vítima e clientes e anunciaram o assalto. Foi quando um deles atirou. Didi chegou a ser socorrido, mas não resistiu. (AJ)