Cotidiano

Famílias têm 60 dias para deixar Aterro Sanitário de Boa Vista

A Prefeitura de Boa Vista, após reunião com as associações de catadores de resíduos sólidos e com o Ministério Público do Estado de Roraima, deu novo prazo para que as famílias que hoje vivem no Aterro Sanitário do município, localizado no trecho sul da BR-174, na saída para Manaus (AM), saiam do local. Ficou acordado um novo prazo de 60 dias e, de acordo com a administração municipal, qualquer ação de retirada antes do prazo estabelecido está suspensa.

O primeiro prazo estabelecido previa que no sábado, 19, cerca de 150 famílias, que vivem e trabalham no local, seriam retiradas. Catadores e representantes de cooperativas de coleta seletiva marcaram uma reunião por meio do Fórum Lixo e Cidadania, que envolve órgãos públicos e privados, além de organizações sociais, com a Prefeitura de Boa Vista e chegaram a um acordo.

Em nota, a Prefeitura de Boa Vista, por meio da Secretaria Municipal de Gestão Social, informou que trabalha constantemente na identificação e na orientação aos catadores de resíduos sólidos que se encontram em situação de vulnerabilidade no Aterro Sanitário.

“As equipes de humanização sempre alertam os catadores que não é permitida a entrada de nenhuma pessoa no aterro, ou seja, eles são constantemente informados que não podem morar e nem adentrar a parte onde ficam os resíduos. Até porque o local apresenta riscos à saúde destas pessoas que ficam expostas a contaminações causadas por bactérias, ao perigo de atropelamento pelos caminhões, que muitas vezes não conseguem identificar uma pessoa junto à grande quantidade de resíduos, além de muitos deles fazerem uso de bebidas alcoólicas, drogas, e levam crianças e as expõem a todos esses riscos”, explicou.

Informou também que a administração municipal sabe que a situação é delicada e está disponível para prestar apoio.

Quanto às cooperativas, a prefeitura afirmou que a Unirenda e a Associação Terra Viva foram criadas justamente para que os catadores pudessem trabalhar em um local seguro. Além de atender as demandas da cidade, dos grandes geradores de resíduos sólidos recicláveis, como lojas, supermercados e shoppings.

Desde 2013, a administração municipal faz capacitações com os catadores, trabalha com a inclusão em projetos sociais e o fortalecimento da autogestão. “Porém, todos os dias aumenta o número de pessoas e crianças dentro de uma área proibida, dificultando cada vez mais o manejo e operacionalização desses resíduos, colocando em risco a vida de todos que ali permanecem”, concluiu a Prefeitura de Boa Vista.