Uma distribuição de lotes na Vicinal 2, da Vila Apiaú, em Mucajaí, para pessoas carentes e sem-terra que iniciou no ano de 2018, por uma associação, representada por um casal, culminou em um enorme conflito envolvendo fazendeiros, grileiros, a justiça de Mucajaí e sem terras.
De acordo com o empresário, José Reinaldo Pereira, que é proprietário de uma fazenda na região, em 2018 teriam sido distribuídas terras de uma fazenda particular para pessoas que se diziam necessitadas. “A princípio elas eram demarcadas como se não tivesse dono. Mas, na verdade logo o proprietário das denominadas terras, um fazendeiro da região, entrou com uma ação na justiça e conseguiu reaver a posse das terras de sua propriedade e as famílias tiveram que desocupar o local” contou.
Ainda segundo José Reinaldo, sem ter para onde ir, essas famílias lideradas pelos representantes da “associação” passaram a ocupar as terras de sua propriedade.
“Minha fazenda fica na divisa com a que foi desapropriada, e eles passaram a invadir minha fazenda, eu tenho todos os documentos de Registros de Imóveis, e sou o proprietário legal das terras invadidas”, acrescentou.
“A maioria das pessoas que estão ocupando minhas terras não são necessitadas e nem carentes, os meus lotes foram invadidos para serem vendidos para moradores que a utilizam como uma espécie de balneário, devido aos igarapés e a área verde que eles estão desmatando”, afirma ele que informou já ter feito várias denúncias ao IBAMA.
“Existe uma ação na comarca de Mucajaí a respeito desse conflito, mas que é contrária a mim. Quem está reivindicando a posse das terras são os ditos invasores”, completou.
Uma dona de casa, Saara Márcia, que esteve entre os invasores, desistiu da invasão, e disse que não sabia que as terras tinham donos. “Eu tinha um lote nessa localidade, mas quando percebi que era uma área invadida e de muitos conflitos, abandonei o local. Jamais conseguiria viver em um local onde não tivesse paz”, relatou.