A Feira do Produtor, localizada no bairro São Vicente, zona Sul, tem se tornado alvo frequente de criminosos. Comerciantes que trabalham no local alegam ter sofrido uma série de prejuízos e afirmam que a ação dos bandidos tem sido facilitada devido à falta de fiscalização e rondas ostensivas da Polícia Militar na área.
Somente este ano, o empresário Celso Perdiz afirmou ter sido furtado quase 20 vezes. “Geralmente, aqui, toda semana tem roubo. Minhas gaiolas são destruídas e muitas vezes solicitamos a presença das viaturas, mas ninguém vem, ninguém toma nenhuma providência e ficamos à mercê, não só eu, mas como todos os que trabalham aqui nessa área”, reclamou.
Ele possui um dos aviários mais tradicionais da Capital e já nem lembra a quantidade de vezes que registrou Boletins de Ocorrências dos furtos que sofreu. “Só este ano já sofri mais de 19 furtos e já parei de fazer ocorrência, porque não adianta nada. Até fogo já tocaram no meu aviário. Eu registro, mas até hoje nunca deu em nada. O último registrei anteontem, mas ninguém tomou alguma providência, é um descaso total”, reclamou.
Somente com os últimos furtos que sofreu em seu comércio, Perdiz estima ter tido um prejuízo de mais de R$ 5 mil. “Já foram furtados ganso, coelho, galinha e peru. Eles escolhem. Já chegaram a prender um rapaz que dorme aqui. É uma área totalmente desprotegida. O prejuízo aqui só para mim chega a R$ 5 mil. Cada roubo que ocorre custa caro para mim, fora os prejuízos materiais”, lamentou.
O último furto ocorreu na noite de terça-feira, quando um homem arrombou as gaiolas onde as aves são trancadas e levou várias delas. “Essa semana fui novamente furtado. Um rapaz entrou e quebrou minhas gaiolas.
Não é apenas o fato de levar meus produtos, mas também de danificar o que deixam. Eles são tão mansos que entram e arrombam as gaiolas dos animais com alicates. Não importa a grossura do cadeado, eles chegam perto e acabou. Essa feira virou um depósito de ladrão e eles se aproveitam”, denunciou.
Mesmo com a insegurança e os prejuízos, o empresário disse que permanecerá no local. “Instalei um sistema de câmera, mas mesmo assim não resolveu nada. Não vou encerrar as atividades porque temos que continuar, temos que trabalhar. Agora vou ter que investir mais em segurança, mas os órgãos que eram para nos proteger não fazem isso, então é uma situação difícil”, frisou.
FISCALIZAÇÃO – Outra situação que chama a atenção dos comerciantes na Feira do Produtor é que, logo na entrada do local, havia um posto de fiscalização da Polícia Militar, que foi desativo há alguns anos e que atualmente abriga uma venda de frutas. Os vendedores denunciaram à Folha a ausência de fiscalização.
GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado informou que a Polícia Militar, por meio do 1º Batalhão, tem atuado na Feira do Produtor de segunda a sábado, das 7h às 18h, com equipes que fazem monitoramento no corredor comercial.
“Atualmente, o 1º BPM realiza o monitoramento da subárea da zona Leste da cidade, que abrange 55 bairros, um loteamento e dois anexos, o que inclui o monitoramento da Feira do Produtor, no bairro São Vicente. Por esse motivo, o posto fixo da PM foi colocado à disposição da administração da Feira”, afirmou.
Segundo o subcomandante de policiamento da Capital, coronel Paulo Roberto Macêdo, o CPC está fazendo um levantamento junto ao 1º BPM para a implementação de um policiamento a pé no local. (L.G.C)