Cotidiano

Femarh dará atenção à questão ambiental

Mapeamento da situação ambiental de igarapés e rios do Estado será uma das atividades a serem realizadas por meio de parcerias

A criação de projetos de cunho ambiental e de preservação dos recursos hídricos em Roraima será reforçada em 2015, conforme disse, ontem, o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Rogério Campos. Segundo ele, foi iniciada uma negociação com outras entidades para a execução de planos esquecidos por gestores anteriores. A ideia é ampliar, por meio de parcerias, a linha de proteção aos recursos ambientais e hídricos em todo o Estado.
“Infelizmente, as gestões anteriores se preocuparam apenas com a parte de licenciamento, enquanto as demais ações, que são importantíssimas para a sociedade e para o meio ambiente, foram deixadas de lado. A fundação é muito mais que fiscalizar e licenciar. Ela também é a grande incentivadora na promoção de ações educacionais, ambientes e de recursos hídricos em todo o Estado, e é lamentável que esse foco tenha sido esquecido”, comentou.
Dentre os parceiros já confirmados estão a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) e a Agência Nacional de Água (ANA), que auxiliarão no trabalho de levantamento e monitoramento que a fundação realizará nos rios e igarapés da Capital e interior. O objeto é verificar vários aspectos da localidade, como preservação de mata ciliar e qualidade da água.
“Nós não poderíamos iniciar um projeto de proteção sem antes conhecer a situação dos nossos rios e igarapés. Então, dentro desse projeto, nós vamos estabelecer algumas metas, e a principal delas é fazer um diagnóstico dessas áreas. Vamos fazer essa parceria com a Caer, que é uma instituição engajada nessa luta pela preservação dos recursos hídricos. Juntos com a ANA vamos realizar esse levantamento. Essa ação vai levar em consideração uma série de aspectos, desde a verificação da situação das matas ciliares, qualidade da água até as ameaças poluentes, entre outros. Após todo esse mapeamento de área, daremos o início nas ações de fiscalização, implantação de atividades de cunho educacional, retirada de itens danosos como a questão do esgoto clandestino, dentre outras atividades preservativas”, frisou.
A participação da comunidade será decisiva nas ações da fundação. Segundo ele, a Femarh fará reformulações em projetos pioneiros, como o “Amigo do Rio”. A intenção é intensificar as ações, tornando mais eficaz o que antes era apenas sazonal. “Anteriormente, o programa funcionava apenas uma vez por ano, ajudando a fazer uma limpeza completa nas margens do Rio Branco. O que a fundação pretende é aperfeiçoar a periodicidade dessa ação. Ao invés de ser uma vez, nós iremos estender essa ação por muito mais tempo, por meio de parcerias com a comunidade em geral. É de fundamental importância fazer com que a comunidade interaja, pois é um trabalho de preservação e também de educação. Porque, além de estar evitando a poluição dos mananciais, estaremos trabalhando, na população, a importância de se manter um local limpo e protegido de qualquer tipo de ameaça”, salientou.
QUELÔNIOS E PESCA – Outra preocupação apontada por Campos diz respeito à proteção de espécies animais no Baixo Rio Branco, extremo Sul do Estado. Conforme ele, a Fermarh reforçará os trabalhos de monitoramento nas áreas de reprodução de quelônios e peixes naquela região.
“Em relação aos quelônios, os trabalhos continuam de forma ininterrupta. Já existe uma equipe nossa, juntamente com o Ibama e com a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) para assegurar que essa ação não corra nenhum tipo de interferência do homem. A informação é que o processo de eclosão dos ovos já se iniciou. Eles acompanharam o processo de desova das tartarugas. Mapearam as áreas onde esses ovos foram depositados e agora estão acompanhando o nascer dos filhotes. Essa equipe está na região há mais de 15 dias e confirmou-nos que já nasceram mais de 15 mil tartarugas. A expectativa é que esse número aumente”, disse.
A respeito da pesca predatória, ele disse que a Fundação está à procura de novos parceiros. “Nessa questão, nós temos a Cipa como grande apoiadora. Nesse curto tempo em que assumimos, já estreitamos negociações com a Superintendência Regional da Pesca e Aquicultura, para que também integre esse trabalho de monitoramento. Se não tivermos uma fiscalização contínua, principalmente no período de defeso, os ribeirinhos continuam a exercer a pesca, e isso vai gerar uma diminuição na quantidade de peixes no Estado. Essa parceira seria a maneira mais segura de manter o trabalho de fiscalização, fazendo apenas um rodízio de equipes para que toda a extensão do Baixo Rio Branco venha a ser monitorada por completo”, completou. (M.L)