Cotidiano

Femarh intensifica regularização ambiental e aumenta áreas de reposição florestal

Em 2014, foram 6.486 hectares de áreas desmatadas, já em 2015 foram 1.558 hectares desmatados legalmente

“Roraima ainda não possui um setor produtivo estruturado e, para o setor primário se fortalecer, é preciso abrir áreas para que se possa trabalhar, mas tudo realizado dentro da legalidade”. Esta foi a análise do presidente da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), Rogério Martins Campos, ao falar sobre o desmatamento na Amazônia, especificamente dentro do estado de Roraima.

Há uma tendência nos últimos anos de um aumento das áreas desmatadas no estado, que está se mantendo: em 2014, foram 6.486 hectares de áreas desmatadas, já em 2015 foram 1.558 hectares desmatados legalmente.

Campos aponta as causas desse aumento. “Começamos um trabalho intenso de regularização ambiental, além disso, Roraima é um estado novo, com setor fundiário se regularizando e setor produtivo se formando. Por isso, devemos ter um aumento dessa área desmatada, mas sempre dentro da legalidade, ou seja, aquilo que está previsto na legislação federal”, explicou.

A legislação permite 20% de área desmatada dentro da propriedade, ou seja, “uma propriedade com 100 hectares, por exemplo, pode utilizar 20 hectares para produção de pecuária ou agricultura. E hoje, Roraima tem apenas 5% de suas áreas que podem ser utilizadas para realizar o trabalho de produção”, esclareceu.

Dessa forma, a propriedade que possui licença emitida pela Femarh pode realizar o desmatamento nesses 20% da propriedade, permitidos para qualquer atividade de produção. Porém, o restante, não é possível desmatar, pois corresponde à reserva legal.

Para esta área, é necessário fazer o plano de manejo, ou seja, plano para retirada das áreas comerciais, que deve ser aprovado pela fundação e, sendo aprovado, é permitido retirar as espécies (aquelas autorizadas) e fazer a reposição. “Quando se retira comercialmente a madeira da floresta, é preciso plantar a mesma quantidade. Por isso, nesta gestão estamos trabalhando para que este desmatamento seja regularizado”, explicou.

Os dados comprovam a atuação da Femarhn a busca da regularização ambiental e consequente aumento da legalidade na reposição: foram 85 mil metros cúbicos plantados em 2014 e, só nos 100 dias de 2015, já foram 99 mil. “O plano de manejo é o mais viável ambientalmente. Não se retira tudo, é realizado um plano de manejo e escolhida determinada área, que deve estar dentro do plano, para retirar as árvores. Dessa forma, há um revezamento das áreas e, conforme retiram as árvores, devem repor a mesma quantidade”, destacou.

ÍNDICES – Em relação aos dados divulgados pelo Instituto Amazon referentes ao desmatamento da Amazônia. O presidente da Femarh explica que não contesta, mas também não confirma esses dados por não serem reconhecidos. “Os dados oficiais são do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], que já nos havia informado, no início do ano, sobre um aumento de 1% do desmatamento”, afirma o presidente.

FISCALIZAÇÃO – A Femarh realiza um trabalho de monitoramento e fiscalização ambiental, que inclui o monitoramento do desmatamento irregular. A multa e a penalização podem variar, dependendo de vários fatores. “Se desmatam na área dos 20% permitidos em legislação, há multa e prazo para regularização. Se for acima desse percentual, além da multa, é necessária a recomposição das espécies para regenerar a reserva legal”, explica o presidente, que alerta que a multa é de R$ 5 mil por hectare plantado irregularmente em reserva legal.

 

Fonte: Secom do Estado