Cotidiano

Fetag cobra do governo que promova incentivo para a agricultura familiar

Onze lideranças sindicais que integram a entidade elaboraram uma carta com reivindicações ao Governo do Estado

Um dos principais pilares de sustentação para qualquer Estado é a agricultura. Porém, nos últimos anos, esse setor vital para a economia de Roraima vem passando por uma crise sem precedentes. Diante dessa situação, movimentos sindicais decidiram se unir para cobrar maior investimento na agricultura familiar.
Conforme a nova presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado de Roraima (Fetag), Maria Alves, o plano de 2015 para a agricultura familiar já foi discutido entre as 11 lideranças sindicais que fazem parte da entidade. A expectativa agora é em relação à resposta do Governo do Estado, que já estaria ciente das necessidades do grupo.
“Nós já discutimos pontos em relação ao plano junto às lideranças sindicais. Todas essas ideias foram agrupadas para a formulação de uma carta-proposta que foi encaminhada para a nova governadora [Suely Campos, do PP]. A carta foi entregue. Ela recebeu esse documento e nós estamos aguardando, com ansiedade, as primeiras medidas”, frisou.
No ano anterior, a principal dificuldade enfrentada pela federação foi a falta de incentivos para o desenvolvimento do pequeno agricultor. Para Maria Alves, o governo precisa agir o quanto antes para que o setor volte a crescer no Estado.
“Nós esperamos que a governadora faça realmente as mudanças que a gente espera, porque todos sabemos que a agricultura familiar no Estado está em situação lastimável. Para cada canto que se vá, é possível notar o abandono em que se encontra o setor, com falta de estrutura e poucos incentivos. É necessário que esse quadro se reverta o quanto antes”, afirmou.
Apesar de atribuir grande parte da responsabilidade ao governo, a presidente também admite que a federação é responsável pela falta de organização na execução de projetos no setor. “A falta de estruturação da agricultura familiar no Estado precisa ser, o quanto antes, reforçada. A falta de gestão e de organização das políticas de desenvolvimento da agricultura familiar foi clara e evidente no ano passado, porque sabemos que dinheiro houve, mas faltou vontade de implantar essas políticas. Tanto que a federação ficou ciente que retornou aos cofres de investimentos um pacote de incentivos ao setor no valor de R$ 2 milhões da gestão passada, tudo por conta da falta de planejamento”, frisou.
“Esperamos, então, que 2015 venha a ser um ano mais organizado e que os investimentos que apareçam sejam implantados naquilo que realmente interessa para a agricultura familiar – como assistência técnica, aperfeiçoamento da terra mecanizada e adubação – para que os produtores possam trabalhar e garantir circulação de renda para o Estado e que possam se manter no campo”, complementou.
A sindicalista disse que a Fetag não trabalha com uma quantidade exata de trabalhadores rurais e que as ações são pautadas conforme o número de demanda encaminhada à direção da entidade. Esse será outro desafio para a nova administração: organizar a casa o quanto antes. “As demandas são muitas e a gente trabalha conforme as demandas do Estado. Como estou no cargo há pouco tempo, esse também será o nosso desafio: saber que, de fato, precisa ser assistido e de que forma podemos trabalhar em prol do desenvolvimento do agricultor e do Estado”, frisou.
SECOM – Em nota, a Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima (Secom) informou que, até o momento, nenhuma correspondência da Fetag foi protocolada no Palácio Senador Hélio Campos, mas que, de qualquer modo, o governo já está fazendo o levantamento da situação do setor, tendo comprovado que muitos programas se encontram parados, além de confirmar a existência de irregularidades na execução de ações por parte da Secretaria Estadual de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Seapa) na gestão passada e devoluções de verbas por falta de uma gestão competente.
A nota ressalta ainda que o governo deverá “incentivar e profissionalizar a agricultura familiar em Roraima, sendo esta uma das principais alternativas para aumentar a produção agrícola no Estado”. “Para isso, o governo programa investimentos na produção de grãos e assessoria aos agricultores familiares (novas tecnologias e manejo dos recursos naturais). Além disso, a proposta é de apoio técnico e financeiro às ações agropecuárias, pesqueira e extrativista, com ênfase na produção de alimentos básicos”, frisou. (M.L)