Cotidiano

Ficar sem vacinar filhos pode trazer doenças erradicadas

Com a pandemia, muitas famílias tem atrasado o calendário vacinal por medo de levar a criança para imunizar

Com a pandemia do covid-19 a vacinação infantil ficou 19,3% abaixo da média apesar do Brasil ter uma meta estipulada de vacinar 95% das crianças de um ano de vida até 4 anos. O percentual no país só registrou 72% em 2020. Em Roraima foram vacinadas apenas 11.265 mil crianças, o que ficou 27% abaixo do público alvo.

Segundo especialistas, em função do coronavírus se agravou ainda mais a aplicação das doses recomendadas e a baixa procura dos serviços de saúde. Muitos pais têm medo de sair de casa para levar seus filhos para se vacinar decidindo se cuidar em casa mesmo.

Com o nível abaixo do comum ocorre a volta de algumas doenças erradicadas, como no caso do sarampo que em 2018 houve cerca de 10 mil casos no país. Em 2020 foram confirmados também 8.442 casos.

Do mesmo modo que a Júlia Brito, muitas mães tiveram receio de levarem seus filhos às unidades de saúde. “Logo que começou a pandemia, foi recomendado que não levasse as crianças para vacinar, ninguém sabia a gravidade real do vírus. Então, eu atrasei um mês, por segurança mesmo, depois que deu uma amenizada, atualizei as vacinas e agora estou levando normal. Mas no início, foi por precaução e medo, até hoje não nos sentimos seguros mas é algo de muita importância”, afirmou.

A pediatra Lorena Petry explica que os pais têm receio de levar seus filhos até a unidade básica de saúde e acabar sendo infectados pelo vírus.

“Com a pandemia e aumento dos números de casos, muitas famílias tem atrasado o calendário vacinal por medo de levar a criança a unidades básicas de saúde e expô-la ao risco de pegar coronavírus. No entanto, essas crianças estão deixando de ser protegidas contra dezenas de outras doenças como pneumonia, meningite que tem alto índice de mortalidade e morbidade”, afirma.

A profissional diz também que o atraso nas vacinas pode causar consequências. “Além dessa baixa cobertura vacinal, coloca em risco a volta de doenças que já estavam erradicadas no Brasil, como foi o caso do sarampo”, acrescentou a pediatra.

Por Cecília Veloso