A experiência de cuidar de uma pessoa com câncer é parecida com a de criar um filho pequeno. Exige tempo, dedicação e paciência. Há 13 anos, Irene Albuquerque foi diagnosticada com câncer de pele. E a doença mudou radicalmente a vida dela e da família.
Porém, Irene pode contar com uma pessoa para ajudá-la, sua própria filha, a jornalista Adriana Albuquerque Almeida, de 40 anos. Na história da vida, mãe e filhas parceiras trocam papéis e uma cuida da outra. Enquanto a mãe passa pelo tratamento, a jornalista se preocupa em dar todo apoio que pode.
Adriana diz que o cuidado com a mãe é redobrado, após passar por três cirurgias, que foram feitas em São Paulo. A preocupação em manter a imunidade estável é fundamental.
“O câncer de pele causa muitos tumores que não podem inflamar. Os curativos têm que ser feitos com o máximo de cuidado, e ela tem que evitar pegar sol e poeira. Ainda temos que tomar o cuidado por que as cirurgias não são feitas aqui, ela precisa sair do estado. É uma rotina dedicada a cuidar dela, mas faço com carinho, sei que ela faria o mesmo por mim”, explica.
Apesar de uma rotina intensa de cuidados, o carinho e amor de mãe e filha é o que mais brota nessa relação. A filha também conta que mesmo os médicos se surpreenderam com a força de vontade da paciente que mesmo com uma doença tão severa, encontra forças para lutar contra os sintomas.
“Trocar de papel” com a mãe costuma ser comum quando a filha chega à idade adulta e a mãe, à velhice. Mas ela também cuida de mim. Ela me ensina muitas coisas, mostra a garra e que ama a vida. Sempre me diz que a esperança é única, e que precisamos dar o máximo até o nosso último dia. Ela é a minha melhor amiga”, diz.