Cotidiano

Fim do monopólio na linha interestadual

A ANTT concedeu licença para outra duas empresas de ônibus operarem em linha interestadual, quebrando o monopólio da Eucatur

Na segunda-feira, 17, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) concedeu licença para as empresas Amatur e Asatur operarem na linha interestadual Roraima/Amazonas. Antes da decisão, apenas a Eucatur estava autorizada a realizar viagens para o Estado vizinho. As empresas favorecidas afirmam que a decisão beneficia o passageiro, que, a partir de agora, pode comprar passagens mais baratas. 
Em junho deste ano, a Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou a Medida Provisória (MP) 638/14 que acabou com o regime de concessão no transporte terrestre regular interestadual e internacional de passageiros. Antes, as agências não autorizadas operavam no trecho com uma licença de turismo. Na antiga regulamentação, elas também eram impedidas de utilizar o terminal rodoviário, o que as obrigava a embarcar e desembarcar os passageiros em outros locais.
O gerente de vendas da Amatur, Leôncio Santos, relatou que após a licença concedida pela ANTT, o preço da passagem reduziu em 27,2%. “Quando ainda estávamos operando com a licença de turismo, o trecho Boa Vista/Manaus custava R$ 110,00. Hoje, está apenas R$ 80,00”, disse.
Santos afirmou que o maior beneficiado com a decisão é o consumidor. “A concorrência era injusta. A empresa que detinha a concessão vendia passagens mais baratas. Agora que todas estão na mesma situação, eles farão de tudo para atrair os clientes, que poderão contar com preços mais baixos”, frisou.
Para a agente de viagens da Asatur, Jéssica Bitencourt, a partir de agora as empresas irão investir na qualidade da frota de ônibus para proporcionar mais conforto aos passageiros. “Agora que a diferença de preços entre as empresas é pequena, irá sobressair aquela que oferecer mais vantagens, como: melhores assentos, quantidade reduzida de paradas no trecho interestadual, entre outras”, disse.
PASSAGEIROS – A funcionária pública Gorete Martins viaja para Manaus (AM) pelo menos uma vez no mês para realizar um tratamento de saúde. Ela relatou que com a decisão da ANTT, irá economizar com a compra de passagens. “Não gosto de viajar em um ônibus que faz muitas paradas no meio do caminho, pois a viagem se torna mais longa e cansativa. A empresa que fazia o trajeto mais rápido cobrava passagens mais caras. Agora, com essa nova regra, ela passou a cobrar menos. Vou economizar cerca de R$ 30,00 em cada trecho”, explicou.
A aposentada Mariluce Brandão, beneficiada pela lei que permite que idosos viagem gratuitamente, afirmou que não terá de esperar para marcar viagens. “Antes só a empresa regulamentada podia oferecer uma vaga para idoso. Às vezes, eu chegava a esperar semanas para conseguir viajar. Agora que a maioria das empresas pode oferecer o serviço, espero que o tempo de espera diminua”, disse. (I.S)