Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Roraima registrou em janeiro deste ano, até o momento, 295 focos de calor. Número quase três vezes superior a todo o mês de janeiro de 2021, quando foram registrados 63 focos. Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha FM 100.3, o diretor executivo da Defesa Civil Estadual, coronel Cleudiomar Ferreira, afirmou que os municípios considerados críticos são Normandia, com 38 focos, Rorainópolis também com 38 focos e Bonfim com 30 focos.
Ferreira explicou que nos municípios com maior número de focos o risco de incêndios florestais é maior devido à falta de chuvas. “O risco de fogo é grande, pois nesse período reduz a umidade relativa do ar nas regiões de lavrado. Qualquer tentativa de fazer fogo controlado, limpar terreno, jogar uma bituca de cigarro, pode resultar em um incêndio grande”, explicou.
Ele afirmou ainda que boa parte dos focos de incêndio são resultantes da agricultura familiar. “O pequeno produtor faz a queima para ter renovação de pastagem ou para concluir a limpeza da roça. Eles recorrem à queimada porque não têm condições de arcar com um maquinário para fazer essa limpeza. Eles queimam porque precisam da terra em condições de plantio”, detalhou.
Apesar da situação, Ferreira ressaltou que todo esse processo é feito com anuência da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). “Sabemos que esse processo é rudimentar, porém ainda é necessário. Porém, eles só podem queimar dentro do que o órgão permite, qualquer coisa fora disso é crime ambiental”, afirmou.
Veja o número de focos por município:
MUNICÍPIO
FOCOS
%
Normandia
38
12,9%
Rorainópolis
38
12,9%
Bonfim
30
10,2%
Caroebe
29
9,8%
Pacaraima
26
8,8%
Boa Vista
25
8,5%
São João da Baliza
24
8,1%
Uiramutã
20
6,8%
Amajari
19
6,4%
Carcaraí
12
4,1%
Alto Alegre
10
3,4%
Cantá
10
3,4%
São Luiz
8
2,7%
Iracema
4
1,4%
Mucajaí
2
0,7%
Apesar dos altos números de focos de calor, Ferreira informou que a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros estão preparados para combater possíveis incêndios florestais.
“Estamos bem preparados se comparados a 2018 e 2019, quando foram registrados grandes incêndios e nos faltava estrutura. Mas hoje, estamos equipados, de 2020 pra cá passamos a contar com uma estrutura que não tínhamos em anos anteriores, tanto que nos últimos anos não precisamos do apoio de bombeiros de outros estados”, disse.