Cotidiano

Fogo destrói bens e produção rural de agricultores do PA Nova Amazônia

Proprietários tiveram prejuízos por causa do fogo que destruiu plantações e até um trator que estava sendo usado para conter as chamas

Um incêndio, que ocorreu na segunda-feira, destruiu a plantação de produtores do projeto de assentamento Nova Amazônia, zona rural de Boa vista, na entrada para a região do Taiano, cerca de 30 quilômetros da Capital. O agricultor Genésio Haas, 63 anos, natural do Rio Grande do Sul, teve sua propriedade atingida pelo incêndio, que surgiu em lotes vizinhos, de origem desconhecida. As chamas atingiram também propriedades vizinhas da região, causando prejuízos.
O fogo foi detectado por volta das 8 horas, horário em que os agricultores acreditam ter começado o foco. “Fogo no lavrado se espalha muito rápido. Vimos a fumaça e chamamos os vizinhos para tentar contê-lo. Mas, às 11h, as chamas chegaram à sede do meu sítio e já tinha se espalhado para outros lados”, disse Genésio Hass, referindo-se aos ventos fortes que potencializaram o incêndio na região. O produtor rural estima ter perdido R$ 30 mil em insumos agrícolas, canos de distribuição de água, ferramentas e um hectare de plantações, entre elas banana e mandioca.
Segundo ele, uma de suas enteadas, no momento do incidente, ligou para o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) pedindo que uma viatura fosse à vicinal conter o fogo, mas recebeu como resposta que “telefonasse novamente quando o fogo estivesse alto”. O agricultor foi à Polícia Civil no mesmo dia, onde registrou ocorrência e solicitou a perícia do órgão para averiguação, que não compareceu ao local.
Outro produtor rural vizinho à região, Deolindo Vivian, 66, também teve prejuízos. Para evitar que o fogo se alastrasse por suas terras, tentou fazer uma contenção no local com o seu trator, mas teve de abandoná-lo e seu terreno acabou sendo consumido pelas chamas. “Tentei cortar o passo do fogo com o trator enquanto os amigos vizinhos ajudavam a conter a chama com baldes d’água. Mas ele ficou muito alto e não deu tempo de tirar o veículo. Saímos de perto, pois o calor era insuportável”, disse o agricultor que também teve grande parte das terras onde planejava plantar soja invadida pelo fogo e por pouco não teve mais de 100 caixas de criação de abelhas carbonizadas.
Os agricultores da região estão preocupados e dizem ter dificuldades para acionar os meios oficiais, responsáveis pela averiguação da situação. “Queremos fazer tudo dentro dos conformes e da legalidade, pois vivemos da nossa produção. É difícil conseguir um financiamento em qualquer banco, pois eles exigem que sejamos os posseiros oficiais das terras do assentamento, mas ainda não somos”, frisou Deolindo Vivian. Os produtores ainda esperam visita da perícia da Polícia Civil hoje.
BOMBEIROS – A assessoria de comunicação informou que o Corpo de Bombeiros tem enviado equipes para combater incêndios no PA Nova Amazônia, procurando atender a todos os chamados. O órgão negou a denúncia feita pelo produtor e afirmou que o procedimento que geralmente é solicitado pelos atendentes da Central de Operações é para que os produtores identifiquem o local exato do incêndio e suas proporções para que a viatura não seja deslocada em vão.