Representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Eletrobras Distribuição Roraima (EDRR) se reuniram, em Boa Vista (RR), na quinta-feira, 20, para firmar os termos de um convênio para cooperação institucional relativa à implantação do Programa de Eficiência Energética (PEE), no âmbito da Ala 7. O documento foi assinado pelo Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Tenente-Brigadeiro do Ar Raul Botelho, e pelo Presidente da EDRR, Anselmo de Santana Brasil.
Entre outros objetivos, o convênio visa melhorar o sistema de fornecimento de energia em Roraima que, atualmente, é o único Estado brasileiro que não está ligado ao sistema de distribuição nacional e depende da Venezuela. Devido à instabilidade na rede de abastecimento, frequentemente, o estado registra inúmeras ocorrências de blecautes.
“Hoje, a energia não é nossa, é deles. Eles que geram e distribuem para a gente. E há embargos à Venezuela que dificultam o pagamento da energia que eles fornecem para nós. Não podemos prever, mas, a qualquer momento, poderá haver uma interrupção no fornecimento de maneira unilateral. Por isso, temos que ficar atentos e tomar medidas preventivas para que isso não venha a acontecer”, pontuou o oficial-general ao falar sobre os prejuízos que a instabilidade no fornecimento causa nos serviços administrativos e operacionais desempenhados pelas Organizações Militares da FAB, sediadas na capital.
O acordo fechado com a empresa estatal permitirá a inserção de outras fontes energéticas, principalmente a solar fotovoltaica, já que Roraima possui uma localização geográfica que potencializa a produção desse tipo de energia. Dessa forma, além de contribuir com energia limpa e sustentável, diversificará a matriz, aumentará a confiabilidade e a continuidade do fornecimento energético, de modo a evitar a interrupção das atividades e maiores danos ao patrimônio.
Os recursos de eficiência energética, segundo o presidente da Eletrobras Distribuição Roraima, já estão garantidos. “A princípio nós vamos usar as áreas da Força Aérea que estão bem próximas do centro de consumo. As interligações elétricas serão mais fáceis. Já temos também boa disponibilidade de projetos concebidos. A Força Aérea tem muitos técnicos e toda uma estrutura organizacional que será utilizada e nós temos o conhecimento da parte elétrica. Essa sinergia vai ocorrer de forma bem harmônica”, afirmou.
Com o aproveitamento ao máximo da luz solar, além de garantir o abastecimento de energia, a expectativa é de que a implantação do programa de eficiência energética traga outros benefícios para a Ala 7, como o consumo eficiente e mais economia. Para isso, serão implementadas ações educativas que envolvam capacitação e treinamento de pessoal, pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico, bem como promoção de medidas de conscientização dos recursos humanos sobre os benefícios da racionalização de recursos energéticos.
Segundo o responsável pela coordenação das primeiras tratativas em relação aos investimentos que devem ser feitos, o Chefe da Primeira Seção da Quarta Subchefia do EMAER, Coronel Aviador André Luiz dos Santos Caldeira, a mudança de atitude de todos os beneficiados pelo convênio será necessária para o sucesso do projeto.
“Teremos programas de conscientização que não serão voltados somente para a troca de lâmpadas, mas também para a mudança de comportamento para que todos que utilizam energia, passem a utilizá-la de modo racional. O programa é amplo e vai agir também na parte de iluminação, ar-condicionado, refrigeração, outros tipos de elementos que reforçam a necessidade de deixar bem claro como fazer uso dessa energia”, lembrou.
O cronograma de ações será elaborado a partir da próxima semana. Segundo o Chefe do EMAER, o modelo adotado servirá de base para a expansão do programa para outras organizações militares da FAB.
“Esperamos que daqui a um ano nós já estejamos com a usina fotovoltaica instalada aqui dentro da Ala 7 para atender toda a demanda de energia dentro dessa organização militar. É um projeto piloto ainda, mas já estamos conversando com outras concessionárias, como as distribuidoras de Natal (RN), de São José dos Campos (SP), de Brasília (DF) e de Anápolis (GO), para fazermos o mesmo nessas localidades”, adiantou o Tenente-Brigadeiro do Ar, Raul Botelho.
Depois da assinatura do acordo, as autoridades visitaram as instalações de uma das usinas termelétricas responsáveis por 15% da energia consumida em Roraima. A unidade foi religada nesta semana, após várias interrupções no fornecimento de energia. Desde domingo, 100% do abastecimento de Boa Vista e de outras cidades vizinhas é garantido por termelétricas instaladas no estado. Mas esse tipo de energia é mais cara porque é produzida com a queima de diesel e o projeto piloto de energia fotovoltaica, por meio do convênio firmado entre a FAB e a Eletrobras, possibilitará mais um tipo de energia no Estado de Roraima, diversificando a matriz energética.
Além do Chefe do EMAER, estiveram presentes na assinatura do convênio o Chefe da Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Jefson Borges; o Chefe da Quarta Subchefia, Brigadeiro Engenheiro Eliezer de Freitas Cabral; e o Coronel Aviador Eric Breviglieri, Comandante da Ala 7.
Informações FAB