A Força Nacional de Segurança Pública atuará em Terra Indígena Yanomami, em ação em apoio à Fundação Nacional do Índio (Funai) a partir desta segunda-feira, 14, após conflitos registrados entre garimpeiros e as comunidades da região. A medida é válida pelos próximos 90 dias, podendo ser prorrogado, caso necessário.
O emprego da Força Nacional foi autorizado pelo Ministério da Justiça, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda. A portaria busca atender “as atividades e os serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado”.
No mês passado, líderes indígenas afirmaram que duas crianças Yanomami, de 1 e 5 anos, foram encontradas mortas na comunidade de Palimiú depois de um ataque armado de garimpeiros contra indígenas, na Terra Indígena Yanomami em Roraima. Na ocasião, o vice-presidente da Associação Yanomami Hutukara, Dário Vitório Kopenawa Yanomami, enviou nova carta a autoridades, para alertar sobre a insegurança a que a comunidade está submetida e pedir apoio emergencial.
T. I. YANOMAMI – Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami tem 9,6 milhões de hectares entre os Estados de Roraima e Amazonas, onde vivem mais de 27.000 indígenas espalhados em cerca de 331 comunidades. Essa terra indígena foi homologada em 1992 e a atividade de garimpo nela é ilegal.
Metade da população desse território –um total de 13.889 indígenas– mora em comunidades a menos de 5 quilômetros de uma zona de garimpo, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Socioambiental. A estimativa é que mais de 20.000 garimpeiros entram e saem dos territórios indígenas yanomami sem nenhum controle.
Fonte: Poder 360