Cotidiano

Fórum Estadual debate turismo em área indígena

Durante o encontro foi debatida a instrução normativa da Funai que regulariza a visitação em área indígena com fins turísticos

O Fórum Estadual de Turismo promoveu uma reunião entre os conselheiros, empresários da área, representantes do Departamento de Turismo de Roraima (Detur) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) na manhã desta quarta-feira, 16, para tratar sobre turismo em área indígena.

Durante o encontro, foi debatida a instrução normativa nº 03/2015 de 11 de junho de 2015 da Funai que estabelece normas e diretrizes relativas às atividades de visitação para fins turísticos em terras indígenas, de base comunitária e sustentável, nos segmentos do Etnoturismo e Ecoturismo.

Conforme o documento, o objetivo da visitação turística é valorizar a cultura, a diversidade e o meio ambiente por meio da interação com os povos indígenas, e gerar renda à comunidade. Além disso, a normativa surge como uma forma de regularizar a entrada de não índios na terra indígena.

Para Inayê Perez, chefe substituta do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial da Funai em Roraima, a instalação da norma tem tudo pra ser positiva. “Na verdade agora você coloca os povos indígenas como proponentes da atividade turística, ou seja, não é mais a operada de turismo que vai pedir autorização da Funai, são os povos mesmos que serão os protagonistas das atividades”.

As agências de Turismo que desejam trabalhar na área devem continuam com o papel de parceria com os povos indígenas, contando que haja um debate entre a comunidade. “Tem que fazer uma reunião comunitária. A operadora de turismo pode discutir isso dentro da comunidade, quais as regras, quantas pessoas por vez, tudo isso, a agência pode dar um suporte técnico, mas a palavra final vai ser sempre da comunidade”, afirmou Inayê.

De acordo com o diretor do Detur, Ricardo Peixoto, a reunião serviu para discutir ações para o desenvolvimento do Turismo no Estado.

“Hoje com a apresentação da norma da Funai podemos colocar isso para os conselheiros que são as pessoas que estão atuando no assunto, pra que a gente possa realmente ter em prática o funcionamento do Lago do Caracaranã, da Pedra Pintada, as cachoeiras no Uiramutã, entre outros tantos pontos turísticos que estão, em sua grande maioria, em área indígena”, frisou.

“Nós temos um produto quase único, nenhum Estado da federação brasileira tem quase 50% da sua área indígena. Ou seja, nós estamos explorando isso como atividade econômica e ao mesmo tempo, gerando renda e emprego para que esses indígenas tenham uma melhoria da qualidade de vida na sociedade em que eles vivem”, relatou o diretor.

Confira aqui a Instrução Normativa nº 03/2015 da Funai.