AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
O Fórum de Energias Renováveis, que acontece desde setembro, está elaborando uma proposta cujo principal ponto é manter as condições da resolução no 687/2015, que concede a integral compensação no valor da taxa cobrada pela distribuidora – no caso do Estado, a Roraima Energia – para quem é gerador de energia sustentável em sua residência.
A reunião realizada nesta segunda-feira (16), na sede do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RR), foi o encontro decisivo de 21 empresas que formam o grupo para elaborar o documento a ser enviado nas próximas semanas para a consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até o dia 30 desse mês.
Vale salientar que a instituição tem planos para mudar as condições da resolução de 2015, onde o consumidor passaria a pagar a conta de luz e perderia até 62% da compensação, o que acarretaria desvantagem econômica e perda de atratividade.
Representante do Fórum, o engenheiro Alexandre Henklain relatou que os profissionais que compõem o grupo – incluindo consultores especialistas na área de regulação de energia – notaram que haveria sentido manter os benefícios atuais vigentes para os sistemas isolados até o ano de 2040, como é o caso de Roraima, que é dependente das energias das termoelétricas do Estado e, consequentemente, do diesel, o que traz um subsídio alto a ser pago pelo consumidor.
“Ainda que as energias renováveis representem um subsídio, ele é bem menor do que aquele decorrente do uso do diesel para manter esses sistemas utilizados aqui em Roraima. Quanto mais você puder estimular essas energias limpas, com notoriedade a solar, menos haverá gastos em relação ao diesel. Temos que fazer a conta de qual subsídio é maior e aqui o diesel sai mais caro, então faz sentido economicamente você manter essa compensação para esses tipos limpos de produção”, reiterou Henklain.
O representante do fórum conclui dizendo que manter a compensação pelo uso da rede estimula as energias renováveis. “Isso sem contar os benefícios ambientais que são extraordinários, pois estamos falando de energia limpa, que não emite CO2 ou gases no efeito estufa”, completou.
Representantes de algumas empresas e entidades estão participando das rodas de conversas para a elaboração da proposta e uma delas é a empresa júnior Dynamo. O presidente da firma, Mhayos Correia, estava presente nessa reunião e afirma que essa taxação irá criar um atraso na evolução energética.
“Em longo prazo, isso pode ocasionar várias perdas ao Estado, tanto que a confiabilidade energética é um tema crítico e sério aqui em Roraima, então a gente acredita que, através da geração distribuída, podemos ajudar o estado a melhorar nessa questão e trazer resultados para energias mais limpas com o passar do tempo.”, finalizou Correia.