Cotidiano

Funai e PM findam operação contra garimpagem com 100 pessoas detidas

Além de 38 balsas destruídas, operação também apreendeu drogas, armas, muita munição e ouro com os garimpeiros

A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Militar fizeram, ontem à tarde, o balanço final da operação Korekorema II, desencadeada no mês passado para combater a garimpagem ilegal em terra indígena. Foram apresentados na Polícia Federal, em Boa Vista, 100 garimpeiros, dos mais de 300 retirados das regiões do Auaris e Waikai, em terra Yanomami, no Município do Amajari, a mais de 190 quilômetros da Capital pela BR-174, Noroeste do Estado.
Durante a operação foram destruídas 38 balsas e outros equipamentos de garimpo. O major Miguel Arcanjo, comandante da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da PM, disse que a operação foi positiva. Foram apreendidos ainda droga, dinheiro, armas e munições em poder dos garimpeiros.
Os policiais apreenderam 50 cartuchos de espingarda calibre 16, mais 71 de calibre 20, outros 13 de calibre 28 e ainda 50 cartuchos especiais de calibre 20. Uma espingarda de calibre 16 também foi apreendida, além de 15 motores HP e cinco outros, entre eles dois 40. Os 15 motores HP foram doados, segundo o major, às comunidades daquela região. Ainda no garimpo, os policiais apreenderam R$1.274,00 e 1.340 dólares guianenses, quatro embarcações, 105 gramas de cocaína e 728 envólucro de ouro. Todo o material foi entregue na Polícia Federal.
A maioria dos garimpeiros detidos prestou depoimento na Polícia Federal e depois foi liberada, mas os reincidentes no crime de garimpagem foram encaminhados, esta semana, à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, zona rural. A Polícia Federal não deu nomes, nem informou quantos.
O comandante da Cipa elogiou o trabalho dos 16 policiais militares que participaram da operação, dando apoio aos cinco agentes da Funai. “Destruímos 38 balsas e retiramos mais de 300 garimpeiros daquela região. A área está limpa”, afirmou o major.
O coordenador-geral da Frente de Proteção Yanomami e Ye’kuana, da Funai, João Catalano, também considerou positiva a operação, mas lembrou que em toda terra Yanomami existem mais de três mil garimpeiros, a maioria de outros estados e até da Venezuela.
BALEADO – Ao final da entrevista, o comandante informou que o sargento Ranildo Brandão, 46, já havia recebido alta médica e estava em casa. Ele levou um tiro de espingarda calibre 20 nas costas, na semana passada, em uma emboscada feita pelos garimpeiros na parte estreita do rio Uraricoera, na região do Auaris, fato este considerado pelo major como isolado.
“Ele recebeu alta e não apresenta sequelas. Passará agora por acompanhamento psicológico e será avaliado por uma junta médica. Esta avaliação pode durar de dois a quatro meses. Quando estiver apto, o sargento retornará às suas atividades”, explicou o comandante.