Funcionário denuncia morte após interrupção de energia

Um paciente que estava na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Geral de Roraima (HGR), morreu no final da tarde de hoje, quarta-feira, 8, logo após uma queda geral de energia ter atingido a cidade. 
Segundo denúncia feita por funcionários do setor para a Folha de Boa Vista, o funcionamento dos ventiladores mecânicos, que ajudam na respiração de pacientes entubados foi atingido pela falha de energia.
O paciente, o comerciante Claudionor Teodoro, segundo um funcionário que preferiu não se identificar, foi extubado, e estava só com oxigênio na máscara, sofrendo uma parada cardíaca após a interrupção do fornecimento de energia na capital.
“Nesta hora, a rede de oxigênio que alimenta os ventiladores falhou. Fizemos ventilação manual, mas ele sofreu a parada cardíaca e faleceu”, explicou o funcionário.
A informação foi negada pela Secretaria de Comunicação do Governo do Estado que explicou que a morte foi motivada por parada cardiorespiratória, após infarto agudo do miocárdio grave, não tendo nenhum vínculo com a queda de energia.
Conforme a direção geral do HGR (Hospital Geral de Roraima), o aparelho respirador, responsável pelo fornecimento de oxigênio aos pacientes da UTI, funciona ininterruptamente, uma vez que possui bateria capaz de suportar a ausência de energia por aproximadamente 30 minutos.
“A responsabilidade pelo diagnóstico dos pacientes é do médico que está de plantão e não de aparelhos. Neste caso, o paciente recebeu de imediato os procedimentos padrão para situações de parada cardiorespiratória, mas não respondeu aos estímulos de reanimação feitos pela equipe médica especializada que atua na UTI”, disse a nota.
Claudionor não tem família em Boa Vista, e teve seu comércio no Asa Branca saqueado logo após a divulgação de sua morte.
OUTRO LADO 
Por meio de nota, o Governo de Roraima informou que segundo a direção do HGR, as oscilações internas de energia ocasionaram dano em uma peça do gerador.
Segundo o governo, “o gerador recebe manutenção corretiva e preventiva de forma rotineira e a substituição da peça danificada aconteceu em menos de 10 minutos, portanto sem comprometer os serviços”.
O Governo informou ainda que o Ministério da Saúde estabelece como padrão a atuação de um médico na UTI para cada 10 pacientes e a UTI do HGR possui o dobro, ou seja, dois médicos atuando para cada 10 pacientes.
“Como procedimento de praxe, a Secretaria Estadual de Saúde abrirá uma sindicância para apurar as circunstâncias da morte do paciente”, concluiu a nota.