A Folha recebeu a denúncia de que funcionários da Universidade Estadual de Roraima (UERR) receberam salários superiores ao teto constitucional permitido para servidores públicos. De acordo com as informações, há casos de pagamentos superiores a R$ 50 mil.
Nossa equipe consultou os valores pagos aos funcionários da universidade durante o ano de 2018 e constatou que há pagamentos com valores superiores a R$ 33 mil. Mas eles não são constantes para as mesmas pessoas.
Em fevereiro de 2018, um professor da instituição recebeu R$ 52.305,29. Em junho do mesmo ano, outro professor recebeu R$ 34.635,90. Em setembro, foi pago a uma professora R$ 37.327,00, e em dezembro outro docente recebeu R$ 37.095,22. Nenhum deles chegou a receber mais de uma vez um valor que supere o teto de gastos.
Ainda de acordo com um dos denunciantes, enquanto quantias elevadas são pagas a alguns, a UERR sofre com uma crise no “quadro de professores e materiais básicos”.
“Graças a Deus, não rolou greve na UERR. Nem sei se existe essa possibilidade, mas sei, pelos corredores, das dificuldades enfrentadas pela gestão. Professores conseguem recursos para a instituição, especificamente para suprir demandas de alternativas educacionais por meio de projetos que são custeados de diferentes formas, até onde sei”, contou um aluno.
O OUTRO LADO – Em nota, a instituição de ensino superior repudiou a denúncia afirmando que houve “insensatez ou má-fé”.
Afirmou ainda que os casos encaminhados não revelam o que realmente os servidores da UERR recebem mensalmente e, sim, o pagamento, em um único mês, de direitos como férias, gratificações natalinas pagas integralmente no aniversário do servidor, ou pagamento de remoção de local de trabalho, previsto na Lei
Complementar N.º 053, de 31 de dezembro de 2001, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado de Roraima e dá outras providências.
Sobre o pagamento de R$ 52.305,29 feito a um professor da instituição, o que gerou o elevado valor, de acordo com a UERR, foram as verbas indenizatórias a que ele tinha direito. A universidade afirmou ainda que o servidor não ocupa cargo de confiança na atual gestão.
Quanto à “crise de professores e materiais básicos”, a UERR disse que vem realizando concursos públicos para contratação de professores, todos eles doutores, inclusive convocando os aprovados. (F.A)