A Folha recebeu a informação de que funcionários que prestam serviços de saúde no Dsei-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami) estão sem poder sair da área. Esses profissionais trabalham 30 dias dentro da área e folgam 15 dias.
A informação foi confirmada por Helena Lima, gerente da empresa Voare, responsável pelos voos que levam os funcionários para os pólos indígenas.
Segundo ela, o atendimento aos funcionários deixou de ser feito desde essa terça-feira (9). “Estamos atendendo somente as remoções em casos de urgência e emergência dentro da área Yanomami”, ressaltou Helena.
A gerente explicou que a empresa deixou de fazer o transporte aéreo dos funcionários porque o contrato com o Dsei-Y/Ministério da Saúde encerrou e ainda não foi renovado.
“Ainda fizemos um acordo para que a gente trabalhasse 90 dias sem contrato, o que já encerrou, e esse período não foi pago, por isso suspendemos parte da operação até que seja regularizada essa situação, porque não podemos mais trabalhar descoberto do contrato”, esclareceu Helena.
“A informação que nós temos é que está sendo feito o processo de indenização para pagar os 90 dias em que a empresa operou sem contrato, que já está na AGU [Advocacia Geral da União]”, disse a gerente, ressaltando que a coordenação do Dsei-Y havia pedido que a empresa trabalhasse por três meses até que o contrato estivesse finalizado.
“Lidar com transporte aéreo tem um custo muito alto. Como o contrato expirou não temos mais condições de trabalharmos sem receber”, frisou, afirmando que existem funcionários na área indígena sem poder sair. “Serviço foi suspenso ontem e já tinha equipe de funcionários para sair, mas os aviões não foram busca-los”, finalizou Helena.