Vinte e cinco dias depois da aplicação das provas do concurso público da Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed), o certame é criticado por dois candidatos que procuraram a FolhaBV. Um deles, desclassificado, alega ser prejudicado pela correção do gabarito, enquanto outro, aprovado, contesta o plano do governador Antonio Denarium (PP) para reduzir a nota de corte que promete beneficiar candidatos que não atingiram o percentual mínimo de habilitação.
Um dos críticos é o professor Carlos Lima, de 35 anos. Formado em Biologia e desempregado, ele pede a anulação das questões 42 e 46 que tinha acertado conforme o gabarito preliminar. Mas o gabarito final veio com correção e ele foi desclassificado por apenas uma questão, passando a ter percentual abaixo dos 60% de acertos nas questões específicas, exigido pelo edital. “Não só eu como muitos candidatos que estavam praticamente dentro do concurso foram desclassificados por isso”, contou.
O professor disse que a letra B da sentença 42 está correta e que a A poderia causar dúvidas, o que já seria motivo para a banca anular a questão, em vez de corrigi-la, o que concederia dois pontos a todos os candidatos inscritos.
Sobre a questão 46 – cuja alternativa correta era a letra A, mas com o gabarito final passou a ser a D -, Carlos Lima alega que a banca divergiu sobre o conceito de “mutualismo” comparado ao concurso da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) do Mato Grosso de 2017.
O professor disse que pedirá, na Justiça, um mandado de segurança para anular as questões. Orientado por um advogado, ele disse que vai se embasar numa decisão judicial do Rio Grande do Sul, favorável a um candidato desclassificado pelos mesmos motivos.
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Nota de corte
O governador Antonio Denarium divulgou nessa quinta-feira (5), nas redes sociais, fotos e informações de uma reunião que teve com deputados membros da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Roraima. Um dos assuntos foi a redução da nota de corte para beneficiar professores de municípios do interior que correm o risco de não serem contemplados.
Mas um professor de Química de Normandia procurou a reportagem para criticar esse plano, que considerou “injusto” com quem foi aprovado e acusou o Governo de “politicagem”.
Ele revelou ainda que professores temem cancelamento do certame, e sugeriu ao Poder Executivo para realizar seletivo nas áreas onde não houve professores aprovados, ou contrate profissionais do cadastro de reserva do concurso.
Procurado pela FolhaBV, o Governo de Roraima ainda não respondeu os questionamentos da reportagem.
