Cotidiano

Garimpeiros afirmam ser torturados pelo Exército

De acordo com o grupo de garimpeiros, o fato ocorreu durante abordagem do Exército,em Mucajaí

Sete garimpeiros procuram a equipe da Folha, para denunciar maus tratos e tortura durante abordagem do Exército,em Mucajaí, na madrugada do último domingo,03. Conforme os denunciantes, foram cerca de 4 horas de tortura.

De acordo com uma das vítimas, que prefere não ser identificada, eles estavam a caminho da vila onde se reuniriam com outros garimpeiros, por volta das 20h. Eles explicam que tinham somente pertences e comida nas mochilas.

“Nós estávamos passando ao lado de uma fazenda, quando o Exército nos abordou, e nem perguntaram nada, já chegaram nos batendo e perguntando pelo ouro, nos xingaram. Me espancaram jogaram nossos pertences e comida no chão e nos mandaram comer. Fomos amarrados e pisados no pescoço. Minha esposa sofre de problemas de pressão e jogaram os remédios dela fora”, afirma.

Ainda conforme os relatos dos denunciantes, todos do grupo foram amarrados e logo depois foram separados e levados para a base da equipe do Exército, na madrugada da segunda feira,04.  “Nós temos consciência de que nossa profissão não é legalizada, mas a forma que fomos tratados foi desumana”, afirma um dos garimpeiros.

“Rasgaram minhas roupas e  nos bateram eles disseram para não contar nada, eu fui liberado somente por volta das 3h da madrugada e  depois ficaram a nossa procura na estrada. Então ficamos escondidos e fomos em direção a Alto Alegre”, relataram.

O Exército –  Em nota a 1ª Brigada de Infantaria de Selva informou que  cumpre o papel constitucional de fiscalizar e controlar a faixa de fronteira com o objetivo de impedir o ilícito transfronteiriço e crimes ambientais.

Afirmou ainda, que está atuando, freqüentemente, nas calhas dos rios Uraricoera e Mucajaí, combatendo a garimpagem ilegal em Terras Indígenas, tipificadas como crimes de extração de recursos minerais sem autorização (art. 55 da Lei 9.605/98) e de usurpação de matéria-prima pertencente à União (art. 2º da Lei 8.176/91).A conduta dos nossos militares é sempre pautada na legalidade. A tropa é preparada para operações dessa natureza, orientada ao irrestrito respeito aos direitos e garantias individuais.

Conforme a nota a denúncia foi recebida pelo Comando da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, que de imediato determinou a abertura de um procedimento administrativo para apuração dos fatos. Tudo será investigado com extremo rigor e as medidas necessárias serão adotadas. O Exército Brasileiro não compactua com irregularidades ou desvios de conduta e permanecerá atuando para proteger a sociedade roraimense e contribuir com o desenvolvimento do estado de Roraima.