Um novo confronto foi registrado entre militares do Exército e garimpeiros nesse domingo (19). Ao perceberem que homens em duas embarcações subiam o Rio Uraricoera, em um trecho dentro da reserva indígena Yanomami, na região de Alto Alegre, os militares solicitaram que parassem os barcos no posto de verificação do Exército Brasileiro e a ordem teria sido respondida a tiros pelos garimpeiros que estavam na embarcação, sendo revidado pela tropa.
“As duas embarcações civis conseguiram fugir. Pouco tempo depois, uma embarcação, que havia participado da ação retornou ao posto do Exército com quatro garimpeiros a bordo, sendo que dois desses garimpeiros haviam participado do confronto. Um dos garimpeiros apresentava um ferimento, provavelmente ocasionado por arma de fogo”.
Ainda conforme o Exército, o garimpeiro ferido foi socorrido por profissionais de saúde que pertencem à tropa e foram levados para o posto médico mais próximo, na terra indígena Yanomami, sendo em seguida acionado um helicóptero do Exército que trouxe o ferido a Boa Vista. Ainda segundo o Exército, o garimpeiro ferido se encontra, no momento, em atendimento no Hospital Geral de Roraima e será mantido sob custódia após receber alta. O outro garimpeiro, que tomou parte na agressão à tropa, foi preso em flagrante delito por ter participado da ação, acusado de disparar contra militares em serviço, e trazido também para Boa Vista, sob custódia para lavratura de Auto de Prisão em Flagrante e posterior apresentação à Justiça Federal Militar.
“A tropa do Exército pauta suas ações pela legalidade, que no caso está sendo infringida pelos garimpeiros que insistem em perpetrar o crime de extração de minérios em terras indígenas. Os militares em operação agirão de acordo com as normas vigentes, adotando o princípio da proporcionalidade na resposta a agressões sofridas. O Exército Brasileiro, cumprindo seu papel constitucional e o que determinam as leis em vigor, permanecerá atuando na defesa da pátria e contra crimes transfronteiriços e ambientais”, finalizam os militares em nota à imprensa.
De Brasília, o presidente da Cooperativa dos Garimpeiros de Roraima, Josias Licata, reclamou da ação. “Estou em Brasília e vamos tomar providências, porque nada vai ficar impune. Toda prática errada vamos denunciar e exigir do presidente da República e dos ministros para que tomem providências sobre essas ações em Roraima”, ressaltou.
Licata afirmou ainda que os garimpeiros irão cobrar do Governo de Roraima, senadores, deputados federais e estaduais, mais proteção aos garimpeiros. “É importante que esses parlamentares também se manifestem”, disse. Ele comentou que nesta segunda-feira (20) será registrada uma ocorrência na Justiça Militar.
OUTROS CASOS – O confronto desse domingo (19) é o quarto episódio que ocorre em menos de duas semanas. No dia 14 deste mês, o Exército prendeu nove garimpeiros identificados pela 1ª Brigada de Infantaria de Selva como chefes do grupo. Eles tentavam entrar na terra indígena Yanomami, em Roraima. Durante a operação com a Polícia Federal, foram abordadas 39 pessoas no Rio Uraricoera.
No dia 11, militares, durante outra operação, encontraram garimpeiros no Rio Uraricoera e um cabo do Exército ficou ferido ao se chocar no motor de embarcações utilizadas pelos garimpeiros, mas ninguém foi preso. Já nos dias 9 e 15, garimpeiros foram presos no momento em que tentavam entrar na região, dessa vez pelo Rio Mucajaí, região sul de Roraima.
Feriados em dias úteis podem gerar perda de R$ 20 bilhões este ano
À exceção das atividades econômicas ligadas ao turismo, o comércio nacional deve ter neste ano prejuízo de cerca de R$ 19,6 bilhões com os feriados que caem em dias úteis, 12% a mais que as perdas registradas em 2019, que ficaram em torno de R$ 17,4 bilhões. A estimativa foi divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade diz que os feriados em dias úteis reduzem o nível de atividade do comércio que, por outro lado, pode enfrentar aumento dos custos de operação.
De acordo com o economista Fabio Bentes, por causa das horas extras que têm de ser pagas aos empregados, a folha de pagamento é a principal fonte dos prejuízos impostos ao comércio pelos feriados. “O peso relativamente elevado da folha de pagamentos na atividade comercial acaba comprimindo as margens de operação do setor” por causa do fechamento das lojas ou da diminuição do fluxo de consumidores, disse Bentes. Ele acrescentou que isso acaba ocorrendo mesmo que as vendas sejam parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados.
Bentes destacou que o único feriado que não impactará o setor do comércio é o da Proclamação da República, em 15 de novembro, que cairá em um domingo.
Segundo a CNC, cada feriado diminui a rentabilidade média do setor do comércio, incluindo varejo e atacado, em 8,4%. Para os segmentos de hiper e supermercados, lojas de utilidades domésticas e de vestuário e calçados, que respondem, juntos, por 56% do emprego no varejo nacional, as taxas de perdas mensais atingem 11,5%, 11,6% e 16,7%, respectivamente. (Fonte: Agência Brasil)