Cotidiano

Gás de cozinha pode chegar a R$ 89 em Roraima

O novo reajuste primeiro será analisado pelas distribuidoras e ainda não afetará o bolso da população em Roraima, devendo oscilar entre 4,8% e 5,3% 

Um novo aumento de preço para o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conhecido popularmente como ‘gás de cozinha’, foi confirmado nesta segunda-feira, dia 21, pela Petrobras. O anúncio da estatal indica que o reajuste do valor final para o consumidor pode variar entre 4,8% e 5,3%. Uma botija que hoje custa em torno de R$ 85 pode passar a valer R$ 89 quando retirado na loja.

Apesar de o comunicado informar que a nova faixa de preço entra em vigor a partir da terça-feira, dia 22, na verdade o reajuste primeiro será analisado pelas distribuidoras e ainda não afetará o bolso da população em Roraima, de acordo com Altemar Rios, gerente de revendedora de gás no bairro São Francisco, zona Norte de Boa Vista.

“Provavelmente daqui uma semana nós [revendedores] vamos receber a notificação do reajuste e qual vai ser o percentual repassado. Nem sempre esses 5% são a mesma coisa que a distribuidora passa pra gente. Pode ser mais e pode ser menos”, explicou.

Em outra revendedora no bairro Mecejana, o gerente Willian Braid conta que mesmo com tantos aumentos a empresa preferiu manter o preço por uma questão estratégica. “O preço que nós temos aqui está há oito meses assim. Da outra vez que aumentou, nós preferimos perder um pouco a nossa margem de lucro pra não espantar os clientes”, disse.

Para não pesar no bolso, a saída que os consumidores encontram para equilibrar as contas no fim do mês é a pesquisa de preço. Como por exemplo, a empresária do ramo alimentício, Márcia Cândido, 31, que faz parte de um dos setores mais afetados quando se trata deste tipo de aumento. Ela relata que gasta em torno de R$ 410 por mês realizando a compra de duas botijas a cada semana. Retirar certos pratos do cardápio, que tomam um tempo maior de cozimento, ajudou a abrir uma margem de lucro maior.

“Por sorte, boa parte dessas opções não saiam tanto. Conseguimos reduzir não só no gás, mas na compra dos materiais que às vezes acabavam estragando no depósito. Ao invés de duas, alguns meses nós precisávamos comprar três ou quatro botijas e as contas fechavam no vermelho”, comentou.

Uma família grande também requer um gasto maior. A aposentada Maria Adélia, 68, mora juntamente com seu esposo e a família da filha, totalizando sete pessoas na casa. Conforme ela, o controle dos dias da compra da botija nova e de quando ela seca se tornou um aliado no seu orçamento familiar.

“Eu fiz um calendário e coloquei na parede, perto do fogão, pra todo mundo lá ver. A botija de 13 kg, que sempre compro, só dura um mês. Antes disso, ela só acabava quando estávamos sem dinheiro. Depois que passei a anotar, deu pra controlar quando mais ou menos a botija seca e o dinheiro já fica separado”, compartilhou.

A reportagem visitou cinco bairros entre as zonas Norte e Oeste da capital para coletar os valores de retirada praticados atualmente nas revendedoras de gás e calculou a estimativa de preços para os próximos dias. Confira na tabela: