Cotidiano

Geólogo afirma que hidrelétrica de Cotingo é viável em Roraima

Afirmação foi feita durante entrevista no Agenda da Semana da Rádio Folha FM

Com a instabilidade energética de Roraima, uma das alternativas é a construção de hidrelétricas e uso de termelétricas. Em visita a Roraima no mês passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), inaugurou a Termelétrica Jaguatirica II e confirmou o início das obras do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Roraima ao Sistema Nacional de Energia (SNI). Por outro lado, ainda estão somente em projeto as hidroelétricas do Bem-Querer e do Cotingo.

De acordo com o geólogo, Salomão Cruz, a construção da hidrelétrica de Cotingo é viável, o que falta é a autorização do Congresso Nacional. Se for analisar sobre custo/benefício, ele garantiu que esta iniciativa é uma das melhores alternativas para o setor energético de Roraima.

“Cotingo é uma história de quase 50 anos. Ela começou no início da década de 70, avançou. Chegou a ser feito o zoneamento e, após uma série de dificuldades, que decorreram da qualidade do serviço que foi feito, foi esquecida pela possibilidade da construção da hidrelétrica de Bem-Querer, que não é viável, e logo em seguida, Guri”, lembrou.

Segundo ele, Cotingo fica dentro de área indígena e precisa ter um tratamento diferente. “Tem hidrelétrica feita dentro de área indígena, como exemplo, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, tem uma hidrelétrica, que inundou área cinco vezes mais que Cotingo, com uma capacidade de geração de energia que não dá o dobro de Cotingo”, disse.

Quanto à legislação, ele informou que basta o Congresso Nacional autorizar, assim como ocorreu na Chapada dos Veadeiros. “Basta que o Poder Executivo faça um trabalho que envolva o etnozoneamento e tudo o que exige a Lei, para que seja feita a hidrelétrica. O Cotingo é o rio mais charmoso para a construção de uma hidrelétrica”, assegurou.

Sobre os benefícios, Salomão Cruz citou que Cotingo tem capacidade para gerar em torno de 900 megawatts. “Isso significa quatro vezes a capacidade de consumo da energia do Estado de Roraima atualmente. As cinco fases do Cotingo, para gerar essa quantidade de energia, vai inundar em torno de 30 mil hectares, sendo que a de Bem-Querer é 60 mil, produzindo apenas 230 megawatts”, frisou.