Cotidiano

Gestantes estão há três dias aguardando cesariana na maternidade

A Secretaria de Saúde esclarece que a permanência de pacientes em poltronas e corredores não são indicativos de ausência de leitos ou desassistência da equipe médica

Servidores e familiares de gestantes procuraram a Folha, na tarde desta quinta-feira, dia 02, para denunciar que, há três dias, as grávidas ocupam 24 cadeiras, espalhadas pelo corredor do bloco das orquídeas, aguardando parto. Segundo os denunciantes, as mulheres estão no grupo de espera para fazer a cesariana, mas que faltam médicos e técnicos em enfermagem para realizar o procedimento. Enquanto isso, elas esperam, sentindo dores.

“Vou fazer a denúncia porque trabalho na maternidade e sei que quando as coisas estão nessa situação, é porque está tudo errado. A maternidade deveria ser uma referência, mas é uma frustração para quem trabalha e quem precisa dos serviços também. Não quero me identifique porque tenho medo de represálias ou pressões no ambiente de trabalho”, disse.

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Além da servidora, familiares também informaram que faltam médicos e técnicos em enfermagem para suprir a demanda. “Eles estão sobrecarregados e a gente entende, não culpa, mas não é por isso que não vamos cobrar do governo. Isso precisa ser resolvido o mais rápido possível porque essas mulheres não podem perder seus filhos que nem tiveram a oportunidade de nascer ainda”, destacou a mãe de uma das gestantes.

A senhora, que também não quis se identificar, relatou que sua filha está ocupando uma poltrona no corredor há três dias, mas, que quando chegou, outras mulheres já estavam por lá e que desde a terça-feira, com a demanda crescente, a equipe de saúde não consegue “desafogar” o corredor. Um vídeo gravado pelas denunciantes mostra o corredor superlotado. A servidora enfatizou que nos últimos 20 dias, a maternidade recebeu muitas pacientes e o atendimento não supre a necessidade.

A reportagem da Folha procurou o governo do Estado e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) que se manifestou por meio da seguinte nota:

A Secretaria de Saúde esclarece que a permanência de pacientes em poltronas e corredores não são indicativos de ausência de leitos ou desassistência da equipe médica. Todas as gestantes encontram-se medicadas e internadas, acompanhadas pela equipe da Maternidade. Salienta ainda que a decisão pelo tipo de parto a qual a paciente será submetida é de responsabilidade do médico, que obedece aos protocolos da especialidade, conforme preconiza o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Obstetrícia.

Em relação às obras do prédio da Maternidade, a Secretaria de Infraestrutura de Roraima informa que a unidade passa por serviços de reforma e ampliação. A empresa responsável pela obra está na fase de conclusão dos serviços de reforma da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. As obras seguem, com objetivo de oferecer uma unidade mais adequada fisicamente para atendimento da população que é usuária do Sistema Único de Saúde.