Gestão privada pode ofertar novos serviços no Aeroporto

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

O Terminal de Logística de Carga (Teca) do Aeroporto Internacional de Boa Vista Atlas Brasil Cantanhede passou a ser operado pelo Consórcio Ponta Negra Soluções Logísticas e Transportes Ltda., que irá gerir as atividades de armazenagem e movimentação de cargas internacionais e nacionais.

A transferência das operações, por meio de licitação, ocorreu na semana passada, mas o contrato foi assinado no dia 13 de julho, com vigência de 120 meses e valor global de R$ 3.471.500,00 milhões.

Por meio de nota, a Infraero afirmou que a concessão da gestão do Terminal de Logística de Cargas (Teca) para a iniciativa privada é a oportunidade de investimento, modernização e melhorias para o terminal, tanto em infraestrutura, quanto em gestão e tecnologia. “Além disso, o gestor privado tem maior liberdade de se alinhar com boas práticas de mercado, aprimorando e fomentando o mercado do comércio exterior de Roraima. Com o aumento da movimentação, certamente novos postos de trabalho, principalmente especializados, devem surgir”, frisou.

Sobre as mudanças, a Infraero garantiu que não deve haver mudanças no ritmo de despachos de mercadorias por enquanto, pois o rito será o mesmo, inclusive, assegurado pela Receita Federal do Brasil (RFB). Mas deve haver, aos poucos, a oferta de novos serviços pelo concessionário que deverá agilizar o serviço.

TERMINAL DE CARGA – O tipo de carga recebida no terminal possibilita o abastecimento de todo o estado de Roraima com matérias-primas, produtos domésticos, eletroeletrônicos e materiais de construção. As operações ocorrem a partir do modal rodoviário, oriundo do porto de Manaus e da Venezuela, cujas cargas são desembaraçadas/nacionalizadas no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de Boa Vista.

Para auxiliar nos transportes, o Teca dispõe de empilhadeiras, transpaleteiras, carrinhos hidráulicos, além de outros equipamentos de infraestrutura. Todo esse maquinário será disponibilizado pela Infraero à concessionária Ponta Negra por meio de termo de comodato.

De janeiro a novembro de 2017, foram movimentadas 1.927,5 toneladas em mercadorias no complexo logístico boa-vistense, enquanto que no mesmo período deste ano foram processadas 1.404,6 toneladas. A empresa argumentou que a demanda de carga no terminal está mais relacionada à importação, que pode sofrer oscilações para mais ou menos em função da taxa de câmbio, assim o movimento registrado até o mês de novembro de 2018, em comparação ao mesmo período do ano passado, sofreu uma redução em face da desvalorização do real em relação ao dólar.

Infraero afirma que disponibilizará empilhadeiras, carrinhos hidráulicos e outros maquinários à concessionária que vai operar no aeroporto, por meio de comodato (Foto: Divulgação/Infraero)

REDE TECA – A Rede de Terminais de Logística de Carga da Infraero possui, em seu parque tecnológico, equipamentos de última geração e completa infraestrutura para receber os mais diversos tipos de cargas, garantindo que sejam movimentadas e armazenadas com agilidade e total segurança. Esses terminais contam com câmaras frigoríficas e áreas especiais para cargas valiosas, material radioativo e demais artigos perigosos.

A estatal é uma das maiores operadoras de terminais aeroportuários do mundo e movimenta cerca de R$ 40 bilhões em cargas processadas por ano, com carteira de mais de 11 mil clientes. As operações dos TECAs apresentaram crescimento de 19,5%, saltando de 104,5 mil toneladas em 2016 para 124,8 mil toneladas em 2017. O destaque foi o setor de importações, com incremento de 24,6%, chegando a 85,5 mil toneladas. (F.A)