COMPORTAMENTO

Gírias de cada geração explicadas por quem usa (ou não entende nada)

Nesta matéria, mostramos as principais expressões das gerações Baby Boomer, X, Millennial e Z

Confira as gírias de cada geração (Foto: Divulgação)
Confira as gírias de cada geração (Foto: Divulgação)

A linguagem muda com o tempo, e as gírias são talvez o retrato mais divertido disso. De “cringe” a “pão”, cada geração tem seu próprio dialeto informal, que muitas vezes causa confusão — ou gargalhadas — quando chega aos ouvidos de quem nasceu em outra época.
Nesta matéria, mostramos as principais expressões das gerações Baby Boomer, X, Millennial e Z, e como elas se relacionam (ou se chocam) quando tentam entender o vocabulário umas das outras.

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Geração Z (1997–2012)
A geração que cresceu com internet de alta velocidade e redes sociais tem uma linguagem ágil, dinâmica e altamente influenciada por memes, trends e plataformas como TikTok.


Gírias populares:
Cringe: algo constrangedor ou vergonhoso.

Flopar: falhar, não dar certo.

Hitar: fazer sucesso.

POV: ponto de vista, geralmente usado como introdução a uma situação fictícia.

Para as gerações anteriores, muitas dessas expressões soam como uma nova língua. “Flopar”, por exemplo, é comumente confundido com termos relacionados a esportes ou tecnologia.
Millennials (1981–1996)
Os millennials são a geração do Orkut, do MSN e das festas chamadas de “balada”. As gírias dessa fase ainda circulam, mas já soam datadas para os mais jovens.


Gírias populares:

Top: algo excelente.

Mico: situação constrangedora.

Balada: festa noturna.

Orkutizar: transformar algo em algo brega ou ultrapassado.

Enquanto ainda usam algumas dessas expressões, muitos millennials já se veem adaptando seu vocabulário para acompanhar os mais novos — ou simplesmente evitando certas palavras para não “soar velho”.


Geração X (1965–1980)
Filhos da TV e dos primeiros computadores pessoais, a geração X usava gírias com forte carga regional e um estilo mais narrativo, muitas vezes com expressões quase poéticas ou metafóricas.


Gírias populares:
Pagar sapo: criar confusão ou reclamar.

Ficar de bode: estar desanimado ou de mau humor.

Grilo: preocupação.

Viajar na maionese: falar bobagem, perder o senso.

Para os mais jovens, essas expressões podem parecer exageradas ou simplesmente misteriosas. A distância entre as gírias da geração X e da geração Z é uma das maiores.


Baby Boomers (1946–1964)

Nascidos no pós-guerra, os boomers usavam um vocabulário recheado de referências à música, ao rádio e às primeiras experiências urbanas. Muitas dessas expressões foram se perdendo, mas ainda vivem na memória e nos trejeitos de linguagem cotidiana.

Gírias populares:
Pão:
homem bonito.

Pé de valsa: pessoa que dança bem.

Estar com a macaca: estar agitado ou bravo.

Chave de cadeia: pessoa problemática.

Para as gerações mais novas, algumas dessas expressões soam mais como apelidos caricatos do que como gírias reais. No entanto, há um charme nostálgico que muitas vezes ressurge em memes e resgates culturais.


O que a gíria revela sobre a sociedade
As gírias são mais do que expressões temporárias — são formas de pertencimento, identificação e até resistência. Elas refletem o contexto cultural, as referências e o espírito de cada época.
Quando uma geração deixa de entender a linguagem da outra, não se trata apenas de uma barreira linguística, mas também de uma diferença nas formas de ver e viver o mundo. Ao mesmo tempo, o cruzamento dessas linguagens pode gerar empatia, riso e até novas expressões híbridas que se tornam universais.

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