Golpes no WhatsApp são adaptados regularmente para fazer novas vítimas. Os criminosos se aproveitam da falta de atenção para aplicar golpes nos usuários e o roubo de conta e criação de perfil falso são alguns dos métodos mais conhecidos.
Um levantamento da empresa de segurança digital PSafe, feito em 2020, estimou que, só em outubro, 453 mil pessoas tiveram o WhatsApp clonado ou tiveram a conta falsificada – uma média de 15 mil vítimas por dia.
Geralmente, a estrutura dos golpes é simples e começa com o criminoso enviando uma mensagem em que diz que trocou de número, logo em seguida o estelionatário pede ajuda à vítima alegando que precisa fazer um pagamento, mas que está impossibilitado no momento.
Qualquer um está sujeito a ser enganado, mas quem não tem familiaridade com os aplicativos pode ser um alvo mais fácil. Conheça, a seguir, alguns dos mecanismos mais comuns de golpes e entenda o que você pode fazer se caiu em algum deles.
• Promessa de resgate de dinheiro
Na última semana, o lançamento do sistema do BC (Banco Central) que permite a consulta a valores em dinheiro esquecidos em bancos e outras instituições financeiras foi usado para tentativas de golpes com links falsos que prometem a consulta do saldo e até o saque adiantado.
Quando o usuário clica e insere seus dados, as informações vão direto para os criminosos. Além disso, os links podem instalar vírus diretamente no aparelho.
O site para consulta ao dinheiro esquecido e para solicitação de valores é valoresareceber.bcb.gov.br e nenhum outro deve ser usado.
• WhatsApp clonado
Para clonar a conta de Whatsapp, o golpista se passa por uma empresa conhecida do usuário, como sites de varejo muito populares ou com alguma oportunidade – de evento ou de trabalho, por exemplo – que seja interessante para a vítima.
Na ligação ou troca de mensagens, o criminoso envia uma solicitação para o número de celular da vítima e, em seguida, pede o código de seis dígitos do WhatsApp que aparece na tela, o que permite que eles habilitem a conta em outro celular e começar a receber mensagens dos contatos da vítima. Assim, o WhatsApp da vítima é clonado e o golpista passa a ter acesso à sua lista de contatos, a quem normalmente solicita dinheiro.
Se ainda assim o usuário sofreu o golpe, a estratégia deve envolver a contenção dos danos imediatos, como informar bancos, bloquear cartões e alterar senhas de e-mail e de plataformas que contenham dados pessoais e financeiros. “O registro perante a autoridade policial deve vir em seguida.”
• Contas falsas
O uso de contas falsas para enganar contatos é outro tipo de golpe que se tornou bastante popular no último ano. O criminoso cria uma conta no WhatsApp com um número novo e registra como se fosse a vítima, copiando seu nome, foto de perfil e status. Depois, entra em contato com os familiares afirmando ter “trocado de número” e pedindo dinheiro emprestado, geralmente para situações com suposta urgência.
Caí em um golpe e transferi dinheiro para o criminoso. E agora?
Caso a transferência de recursos tenha se concretizado, é importante fazer o boletim de ocorrência o quanto antes e comunicar imediatamente a instituição financeira, tanto a de origem quanto a de destino, se diferentes.
Os dados da conta bancária e o número do telefone de origem do golpe contribuem para as investigações que podem ser iniciadas a partir da denúncia formal.
Além do boletim de ocorrência, a denúncia também pode ser feita diretamente para o e-mail ‘[email protected]’. Quanto mais informações para demonstrar a estratégia utilizada para o golpe e possível identificação de autoria, melhor.
Aplicar golpes virtuais pode resultar em prisão?
De acordo com a Lei 14.155/21, a prática de fraudes, estelionatos, invasão de dispositivos com o intuito de furtar, apagar ou alterar dados nos meios digitais, incluindo os golpes via WhatsApp, pode resultar em uma condenação de quatro a oito anos de prisão.
Fonte: BBC News