FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
O governador Antonio Denarium (PSL) publicou o decreto de calamidade na Saúde por 90 dias nesta segunda-feira, 25, conforme foi anunciado durante o fim de semana em uma coletiva de imprensa. O documento afirma que em face da crise humanitária e violência na Venezuela os serviços de saúde foram impactados nos hospitais da capital, Boa Vista, e do município de fronteira com Santa Elena, Pacaraima.
Para o decreto também foram considerados a crise financeira que o Estado enfrenta, também a necessidade de dispor de mais leitos com “urgência”, além da capacidade da qual Roraima já dispõe e a urgente necessidade da aquisição de medicamentos e material médico-hospitalar para atender aos hospitais estaduais nos municípios de Pacaraima e Boa Vista.
Ainda de acordo com o documento, a Secretaria de Estado da Saúde de Roraima (Sesau) tomará as providências necessárias para as aquisições e contratações que se fizerem necessárias ao atendimento nos hospitais do Estado em Pacaraima e Boa Vista.
Conforme o governador, a crise na saúde não vem de hoje e se agravou ainda mais com a violência na Venezuela, que está impactando o atendimento, em especial, as cirurgias e UTIs [Unidade de Tratamento Intensivo], pois estes pacientes chegam com lesões que se assemelham a ferimentos de guerra.
“Graças ao excelente trabalho realizado pelos nossos profissionais, não perdemos nenhuma vida até agora em nossas unidades de saúde. A grave crise financeira que o Estado atravessa nos obriga a solicitar apoio do Ministério da Saúde, pois temos que ter responsabilidade, não apenas com as vítimas dessa terrível situação sem precedentes, mas também com os roraimenses. Mas não podemos deixar de atender os venezuelanos feridos, pois eles não têm assistência no país vizinho”, afirmou.
Segundo Denarium, “não é de hoje que Roraima se tornou refúgio dos imigrantes que deixam a Venezuela em busca de uma vida melhor”.
“Mas em virtude do aumento da demanda, tanto dos venezuelanos, como de outros estrangeiros, como guianenses, estamos com dificuldades. Nós tememos sim, um colapso do serviço de saúde publica do Estado. Para que isso não ocorra, precisamos de mais leitos com urgência, além da capacidade atual, da aquisição de medicamentos e material médico-hospitalar para atender aos hospitais da rede pública estadual”, ressaltou o governador.
A reportagem tentou contato com o secretário de Saúde, Ailton Wanderley, para ter mais detalhes sobre o decreto, mas até a conclusão da matéria não teve sucesso.