Cotidiano

Governadora cobra solução para apagões

Representantes do setor energético falam em dificuldade para manter geradores termelétricos funcionando para atender demanda

A governadora Suely Campos (PP) recebeu, na tarde de terça-feira, os representantes da Eletrobras Distribuição Roraima e Eletronorte para cobrar explicações sobre as causas dos constantes apagões sofridos nos últimos dias. A convocação foi uma forma de esclarecer para a população as causas e as soluções para o problema. “A população toda está apreensiva, e isso causa grandes prejuízos. Por isso resolvemos chamá-los para cobrar uma solução para o problema”, destacou a governadora.

O presidente da Eletrobras Roraima, Luiz Henrique Hamann, voltou a repetir que as quedas de energia se devem aos constantes desligamentos na linha de transmissão de Guri, na Venezuela. “São problemas ocasionados dentro das instalações de Santa Elena, na Venezuela, até aqui. Eles têm feito a manutenção corretiva, mas, infelizmente, isso repercute numa ausência de suprimento de energia para nós. Então, é necessário acionar nosso parque térmico”, disse.

Segundo Hamann, as termoelétricas existentes no Estado seriam suficientes para suprir a demanda. “O processo para ativar as termoelétricas não é rápido e, além disso, essa ausência de energia traz outros problemas elétricos para nosso sistema, por isso temos dificuldades em recompor a necessidade da população. Isso tudo está sendo trabalhado para que o problema seja resolvido”, voltou a prometer.

De acordo com o gerente da Eletronorte, Roni Franco, a empresa venezuelana está precisando de ajuda na manutenção da usina. “O Ministério de Minas e Energia vai oferecer ajuda para a manutenção da linha que liga Macágua a Boa Vista. Mas, enquanto isso, nossas termoelétricas serão a opção para suprir a energia nesses casos de quedas de energia”.

Mesmo que não tenha sido informado a respeito da falta de óleo diesel no e-mail repassado à imprensa sobre o encontro, o texto diz que “a Eletrobras informou ainda que irá receber, nos próximos dias, mais de seis milhões de litros de combustível para uso nas termoelétricas”.

Parque termelétrico gera 130 megawatts de energia

O parque térmico da Eletrobras Distribuição Roraima, composto por três usinas, está gerando 130 megawatts de energia a mais para a melhoria na qualidade do fornecimento energético no Estado, em especial na Capital.

A usina do Distrito Industrial está gerando 20 megawatts; e a de Novo Paraíso, em Caracaraí, 12 megas. Já a usina de Monte Cristo é a maior de todas, com capacidade de 98 megas, e que vai trabalhar como uma reserva técnica para absolver e minimizar os problemas de oscilações e quedas de energia na Capital.

“A usina de Monte Cristo vai trabalhar com uma reserva de energia para que quando ocorrerem possíveis curtos-circuitos na rede elétrica se consiga absolver isso e minimizar os problemas de afundamentos de tensão, oscilações e quedas de energia, fortalecendo o abastecimento de energia na Capital”, frisou em reportagem anterior o gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira Lima.

À época, ele informou que antes de receber as usinas foram feitos vários testes, além de checagem dos equipamentos constantes no contrato, como geradores, transformadores, máquinas, sistemas de proteção, combate a incêndio e sistema de abastecimento de combustíveis.

O diretor disse que esse teste operacional consistiu em ligar as máquinas durante duas horas na potência máxima. “As máquinas mantiveram a potência máxima durante os testes e isso credencia a colocar a usina para operar em potência máxima quando necessário”, frisou. (R.R)

Termelétricas haviam falhado em testes feitos anteriormente

O apagão desta segunda-feira não foi a primeira vez que o Parque Termelétrico da Eletrobras apresentou falhas ao tentar fornecer energia para os roraimenses depois de haver desligamento do Linhão de Guri. No dia 8 de novembro do ano passado, houve um desligamento programado justamente para que a Eletrobras fizesse testes nas usinas. 

O resultado foi um domingo de transtorno e sofrimento por causa dos apagões que demoraram horas durante o dia e à noite para a maioria da população de Roraima da Capital e interior.

Neste teste, a Usina Termelétrica de Monte Cristo, localizada no trecho norte da BR-174, na zona rural de Boa Vista, apresentou falhas, denominadas pela Eletrobras como “problemas no controle de frequência do sistema”, o que provocou o blecaute e, na sequência, “problemas para recomposição do sistema”. Em outras palavras, isso significa que os geradores movidos a diesel, instalados no Estado, não conseguiram manter o abastecimento.

No primeiro apagão, foram mais de três horas sem energia na Capital e em outros municípios do interior, das 12h às 15h. À noite, houve mais um apagão, das 18h30 às 20h, deixando vários bairros de Boa Vista e algumas cidades do interior na completa escuridão.

Em nota, à época, a Eletrobras informou que a interrupção da interligação do linhão de Guri, entre o Brasil e a Venezuela, havia sido programada pela Eletronorte para as 7h de domingo, mas houve problemas para a recomposição do sistema. (R.R)