O governo do Estado admitiu existir a possibilidade de que o início do ano letivo de 2019 seja adiado, mais uma vez, nas escolas do interior. As aulas da rede estadual deveriam se iniciar ainda em fevereiro, mas somente o Colégio Militar Coronel Derly Vieira Borges começou a cumprir o calendário escolar naquele mês.
Remarcado para 7 de março, somente as escolas da capital tiveram condições de iniciar na data. Para o interior, o calendário foi marcado para 9 de abril e a previsão continua a mesma, mas em função da falta de regularização do serviço de transporte escolar, a Secretaria de Educação e Desportos (Seed) informou que a data pode ser alterada.
Por meio de nota, a Pasta informou que está providenciando a oferta do serviço de transporte escolar e lembrou que, inicialmente, foi aberto processo para contratação em caráter emergencial, o qual foi suspenso por decisão da Justiça. Ainda de acordo com a Seed, por orientação da Procuradoria-Geral do Estado (Proge), decidiu-se anular o processo emergencial e agora se está trabalhando em novo procedimento.
O texto diz ainda que qualquer alteração no calendário escolar será amplamente divulgada e que a reelaboração do cronograma irá contemplar os 200 dias letivos e as 800 horas de aula, conforme determina a legislação vigente.
Pais e funcionários de escolas do interior começam a se mobilizar
Antes mesmo do anúncio de que existe a possibilidade de adiamento do início das aulas, moradores dos municípios do interior já estavam se mobilizando para discutir o problema. Em Caracaraí, haverá uma reunião de toda a comunidade da Escola Presidente Castelo Branco, na quinta-feira, 28, às 9h, para tratar do assunto.
“O que estão alegando é que é devido ao transporte escolar, mas a escola em que trabalho tem 960 alunos e nós temos apenas 15 ou 16 que utilizam o transporte. Eles não serão prejudicados se as aulas começarem agora, os professores fazem um trabalho diferenciado, nós já trabalhamos desta forma, o que não pode é penalizar 900 alunos de uma escola e 700 de outra por causa de transporte escolar”, disse Josiane Moraes, funcionária da Presidente Castelo Branco.
Ela disse ainda que a merenda não é um entrave, pois a escola continuou funcionando por mais de oito meses sem receber a alimentação durante o ano passado e que mesmo sem o transporte tudo funcionou na instituição.
RORAINÓPOLIS – O Ministério Público de Roraima (MPRR) já notificou o prefeito e a secretária de Educação de Rorainópolis sobre aulas nas instituições da zona rural e deu um prazo de 15 dias para o início do ano letivo.
“A questão é que nem todas as escolas do interior, como a Padre Eugênio Possamai, tem aluno de vicinal matriculado, então não há a necessidade de ser adiado novamente o início das aulas alegando que não há transporte escolar. O primeiro bimestre já deveria estar terminando”, disse a mãe de um aluno que preferiu não ser identificada.
ALTO ALEGRE – “A falta de certeza de quando será o recomeço das aulas nas escolas da rede estadual no município de Alto Alegre pode prejudicar alunos dos 2º e 3º anos do ensino médio que pensam em prestar vestibular este ano. Existem conversas de bastidores que se as aulas não começarem em 9 de abril, então a previsão será para junho”, denunciou por e-mail o leitor Júlio César. (F.A)